Cosa Nostra
- participe da máfia e se divirta -
Você
é um daqueles rpgístas chatos que procuram perfeccionismo nas informações e na
criação do cenário? Pois então Cosa Nostra é o seu sistema narrativo. Quando
coloquei as mãos em Cosa Nostra, da editora Estúdio V, para o avaliar para a premiação do Prêmio Dragão
de Papel me fiz uma pergunta que já havia feito logo que soube de seu
lançamento – o que se pode esperar de um sistema baseado na clássica máfia
italiana? Minha olhada inicial foi superficial na época. Depois assisti de
forma rápida dois jogos e eu mesmo joguei uma vez para testá-lo, tendo uma
ótima impressão, embora não o tivesse lido ainda.
Com
a chegada do prêmio peguei o sistema e o esmiucei ao máximo e a minha impressão
foi de puro êxtase. Como historiador que sou tinha muita curiosidade sobre o
grau de profundidade que João Paulo Francisconi, autor do sistema, havia empregado
e tive uma grata surpresa. Todo o sistema é uma pura obra de história. Escorre
história de boa qualidade de cada uma de suas páginas. Existe visivelmente até
mais interesse na história do que no próprio sistema de RPG. E isso não é uma
falha, muito pelo contrário, isso é fácil de ser explicado.
Como
um RPG narrativo, embora com uma mecânica própria, há menos necessidade de se
perder capítulos e capítulos com tabelas e descrição de regras. O ponto
central, que no final diferenciará a qualidade da seção, está nas informações
sobre o cenário que ajudarão os participantes a se sentirem dentro da família.
Em
um sistema narrativo, e com o Cosa Nostra não poderia ser diferente, para o
jogo transcorrer de forma fluida cada participante têm a necessidade de
vivenciar ser membro da máfia. Deve haver fluidez no entendimento e respeito
(ou não) das regras da máfia e da família.
E par isso tudo, deve haver uma compreensão do que foi e do que representou a
máfia tanto para os imigrantes italianos quanto para os americanos da época.
Quanto
ao sistema ele requer uma cuidadosa lida para quem ainda não está ambientado
como o sistema narrativo e suas diferenças do RPG de mesa usual. Achei bárbara
a escolha da construção do personagem baseado nas três formas de resoluções de
problemas/conflitos. E por isso mesmo, por essas formas de resolução de problemas,
que é tão importante conhecer à fundo o funcionamento da máfia e de toda a construção
histórica do livro.
Outro
elemento muito bem abordado é a pré-determinação da estrutura narrativa. Ela se
baseia em elementos históricos e facilita muito o entendimento e
desenvolvimento do jogo. Com esse entendimento fica muito mais fácil de
compreender a importância e dificuldade que as cartas de apostas têm ou terão
no transcorrer das etapas. As apostas, por sinal, são um elemento aleatório que
enriquecem muito as disputas e a narração e fazem com que cada etapa seja
repleta de emoção e façam muito ‘mafiosos’ rezarem como loucos.
Gosta
de um desafio? Gosta de história? Quer se diverti? Quer testar um sistema
inovador e cuidadosamente criado? Então corra e teste.
Um comentário:
Muito legal mesmo o conceito em que o mundo foi ambientado... deve ser MUITO interessante de jogar :)
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