sexta-feira, 10 de maio de 2019

Encontro icônico - Pathfinder 2ed - Seoni


Encontro Icônico
Pathfinder 2ed – Conto de Seoni

Estamos em nosso décimo encontro icônico da Paizo para Pathfinder 2.0. Já tivemos a bárbara Amiri, o mago Ezren, o ranger anão Harsk, a clérica Kyra, o bardo halfing Lem, a ladina Merisiel, o monge Sajan e a paladina Seelah. Agora chegou a vez da feiticeira Seoni. Aproveitem a leitura contem os dias para o lançamento no Brasil pela New Order!

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Sussurros no Sangue

As gárgulas atingiram como uma tonelada de tijolos - o que eles eram, mais ou menos. Valeros saiu voando conforme a principal estátua besta bateu nele, e se não fosse por Kyra agarrando sua perna enquanto ele passava, ele poderia ter caído do telhado. Seoni mal conseguiu se esquivar dos dois que vieram contra ela, suas asas de pedra lascando cacos do parapeito enquanto avançavam para a matança.

Valeros não se incomodou em ficar de pé. De sua posição deitada de costas, ele empurrou para cima sua espada. O aço soltou faíscas e gritou em peitorais de pedra, mal arranhando uma das feras enquanto deslizava, garras raspando sua armadura.

Atrás dele, a luz brilhava do símbolo sagrado de Kyra, lançando longas sombras contra o crepúsculo.

“Isso não é bom!” gritou a clériga, atacando de forma ineficaz com sua própria lâmina. “Eles não são maus!”

“Você poderia ter me enganado!” Valeros rolou para o lado enquanto as garras rasgavam a pedra como massa de pão, deixando sulcos profundos. Ele mal bloqueou um segundo golpe com o escudo. “Pela taça de Cayden, como ferimos essas coisas?”

Como, de fato? Seoni levantou seu cajado e depois hesitou. O fogo tocaria essas monstruosidades de pedra? Ou relâmpago?

Melhor estar seguro. Ela deixou seus olhos desfocalizarem, virando sua visão para dentro - para o interior de si mesma, para o núcleo agitado. Através de sua pele, as tatuagens se acendiam, a luz azul se alimentando nela, correndo como linhas ley em sua alma.

Para Ezren, a magia era uma lembrança - a luta para registrar e lembrar, sua magia seca e acadêmica. Para Kyra, estava canalizado no poder do divino, tornando-se um recipiente para a chama sagrada da deusa do sol.

Para Seoni, eram ambos e nenhum dos dois. O poder veio a ela como uma lembrança, mas não era sua memória. O poder que a preenchia não era de um deus, mas de seu próprio povo, mil gerações fluindo por suas veias. Com isso vieram seus sussurros - fragmentos de vidas que ela nunca viveu, vozes há muito tempo transformadas em pó. Rostos inexplicáveis olhando de volta para dentro dela.

Sigilos brilharam no ar diante dela. Eles giraram em torno de suas mãos, em seguida, dispararam para frente como dardos, esmagando a carne de pedra das gárgulas em explosões sem sangue. Os monstros gritaram em choque e dor, afastando-se da torre.

Seoni sorriu, mas apenas brevemente. Ela provou que as criaturas poderiam ser feridas, mas seus mísseis estavam fracos demais para enfrentar todos eles com uma só mão. Usá-los novamente levaria muito tempo, e as feras já estavam girando para outro passe.
No entanto, algo sobre as visões distorcidas das criaturas forçou sua memória.

Ou talvez não a memória dela...

Voltando para o abrigo da porta da catedral, ela fechou os olhos. Focalizando nos grunhidos do inimigo e os gritos de suas amigas, ela procurou novas vozes - aquelas que fluíam através de seu sangue. Elas surgiram mais alto, cercando-a enquanto ela fazia sua pergunta silenciosa.

Uma tempestade de imagens, girando e caótica. Rostos familiares e estrangeiros, períodos cintilando como relâmpagos. Um flash de asas de pedra. O brilho de uma lâmina muito brilhante de aço...

Os olhos de Seoni se abriram. “Adamantina! Eles são vulneráveis à adamantina!”

Kyra desviou outro golpe de garra e olhou para ela, com os olhos arregalados. “Essas lâminas na cripta! As com que os cavaleiros foram enterrados!”

“Então o que estamos esperando?” Através de hematomas e sangue, Valeros sorriu. “Parece que a igreja vai fazer uma doação para nós!”



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