História do RPG
O primeiro RPG da
Espanha
RPG
não é e nunca foi um fenômeno isolado. Estamos acostumados a pensar nele como
centrado nos Estados Unidos ou no Brasil, mas ele sempre foi muito mais do que
isso. Um bom exemplo é a curiosidade que trago para vocês hoje – os primeiros
RPGs na Espanha.
Normalmente
se tem a noção de que o primeiro RPG espanhol tenha sido Aquelarre, lançado em
1990 pela La Caja de Pandora e Joc Internacional. Mas a história do RPG começa
um pouco antes. Com certeza Aquelarre foi o primeiro RPG lançado por uma editora,
mas ele não foi o primeiro.
Como
em todos os recantos do mundo onde o RPG chegou nas décadas de setenta, oitenta
e noventa, ele teve um enorme impacto na comunidade amante de jogos. Por suas
peculiaridades ele rapidamente foi desenvolvido por mentes criativas e ávidas
por aventuras. A comunidade de produção de RPGs nessas épocas criava e
desenvolvia material com distribuição por fotocópias.
Entre
os primeiros RPGs reconhecidamente lançados na Espanha temos Herorica (1988),
Private (1989), SAM (1990) e World Game (1990). Mas se estamos atrás do
primeiro RPG lançado na Espanha, ele é Mundo Fantástico, lançado no início dos
anos oitenta em Barcelona, pelo Clube Barceloniano Maquetismo e Simulação, com
elaboração de Juan Soteras Broto.
O
Mundo Fantástico foi publicado e vendido em partes. Embora ele
tivesse planejado para dez partes (entre regras, suplementos e aventuras),
apenas quatro realmente foram lançadas: Volume I: Combate de Massas
(maio de 1984); Suplemento I: Lista de Criaturas (maio de 1984); Volume II:
Magia (1985); e Volume III: Personagens (junho de 1985). O efeito RPG era tão
novo naquela época que o volume Combate de Massas foi catalogado como Jogos de
Azar e o volume Magia foi catalogado em Ocultismo.
Mundo
Fantástico foi extremamente influenciado pelos jogos de combate de exércitos em
miniatura, como em muitas partes do mundo. Suas regras são otimizadas para combates
em terreno amplo com utilização de tabelas para danos conforme tipo de ação. A
noção de interpretação quase inexiste. Criaturas são categorizadas por tipos
amplos: humanóides, humanóides grandes, monstros, licântropos e mortos-vivos, totalizando
49 criaturas. Ainda temos a descrição de goblins, caracterizados como imps;
elfos subdivididos em elfos do mar, elfos altos, elfos da floresta e elfos da
noite; trolls e ogros divididos em três grupos.
Quanto aos personagens, eles eram divididos principalmente em quatro itens:
características gerais, profissão, características de combate e habilidades. Havia
acesso apenas à três raças – humano (árabe, viking, japonês e europeu) , elfo (da
noite, altos, da floresta do mar) e anão (que compreendia hobbits e goblins) –
que eram sorteadas. As profissões (o equivalente às classes) tínhamos quatro –
guerreiro, ladrão, feiticeiro e bardo.
Acho
muito interessante essa jornada ao passado para percebermos como o RPG deu seus
primeiros passos e, mais do que isso, as especificidades de cada país.
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