segunda-feira, 1 de julho de 2019

História do RPG: o primeiro RPG da Espanha


História do RPG
O primeiro RPG da Espanha

RPG não é e nunca foi um fenômeno isolado. Estamos acostumados a pensar nele como centrado nos Estados Unidos ou no Brasil, mas ele sempre foi muito mais do que isso. Um bom exemplo é a curiosidade que trago para vocês hoje – os primeiros RPGs na Espanha.


Normalmente se tem a noção de que o primeiro RPG espanhol tenha sido Aquelarre, lançado em 1990 pela La Caja de Pandora e Joc Internacional. Mas a história do RPG começa um pouco antes. Com certeza Aquelarre foi o primeiro RPG lançado por uma editora, mas ele não foi o primeiro.

Como em todos os recantos do mundo onde o RPG chegou nas décadas de setenta, oitenta e noventa, ele teve um enorme impacto na comunidade amante de jogos. Por suas peculiaridades ele rapidamente foi desenvolvido por mentes criativas e ávidas por aventuras. A comunidade de produção de RPGs nessas épocas criava e desenvolvia material com distribuição por fotocópias.


Entre os primeiros RPGs reconhecidamente lançados na Espanha temos Herorica (1988), Private (1989), SAM (1990) e World Game (1990). Mas se estamos atrás do primeiro RPG lançado na Espanha, ele é Mundo Fantástico, lançado no início dos anos oitenta em Barcelona, pelo Clube Barceloniano Maquetismo e Simulação, com elaboração de Juan Soteras Broto.


O Mundo Fantástico foi publicado e vendido em partes. Embora ele tivesse planejado para dez partes (entre regras, suplementos e aventuras), apenas quatro realmente foram lançadas:  Volume I: Combate de Massas (maio de 1984); Suplemento I: Lista de Criaturas (maio de 1984); Volume II: Magia (1985); e Volume III: Personagens (junho de 1985). O efeito RPG era tão novo naquela época que o volume Combate de Massas foi catalogado como Jogos de Azar e o volume Magia foi catalogado em Ocultismo.

Mundo Fantástico foi extremamente influenciado pelos jogos de combate de exércitos em miniatura, como em muitas partes do mundo. Suas regras são otimizadas para combates em terreno amplo com utilização de tabelas para danos conforme tipo de ação. A noção de interpretação quase inexiste. Criaturas são categorizadas por tipos amplos: humanóides, humanóides grandes, monstros, licântropos e mortos-vivos, totalizando 49 criaturas. Ainda temos a descrição de goblins, caracterizados como imps; elfos subdivididos em elfos do mar, elfos altos, elfos da floresta e elfos da noite; trolls e ogros divididos em três grupos.


Quanto aos personagens, eles eram divididos principalmente em quatro itens: características gerais, profissão, características de combate e habilidades. Havia acesso apenas à três raças – humano (árabe, viking, japonês e europeu) , elfo (da noite, altos, da floresta do mar) e anão (que compreendia hobbits e goblins) – que eram sorteadas. As profissões (o equivalente às classes) tínhamos quatro – guerreiro, ladrão, feiticeiro e bardo.

Acho muito interessante essa jornada ao passado para percebermos como o RPG deu seus primeiros passos e, mais do que isso, as especificidades de cada país.








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