Novidades em Pathfinder no Brasil
- Financiamento coletivo de
Pathfinder Remaster e uma
Entrevista com o novo editor-
E
o mundo de Pathfinder começar a se movimentar no Brasil nesse 2024. De mudanças
na equipe interna da New Order a um financiamento coletivo para o Remaster,
muitas coisas têm deixado os fãs atentos e curiosos. Vamos dar uma olhada nisso
tudo!
Uma
Carta Aberta postada na página da editora New Order no Catarse trazendo muitas
novidades pegou os fãs de surpresa alguns dias atrás. Nela foi apresentado
Renan Barcelos como novo editor executivo da linha Pathfinder e a Sociedade
Pathfinder, assumindo a responsabilidade pela linha no Brasil (confira uma entrevista
adiante).
Outra
novidade, e a mais aguardada pelos rpgistas de plantão, foi quanto aos novos e
próximos financiamentos coletivos para Pathfinder em português. O
aguardadíssimo Kingmaker ganhará seu financiamento coletivo exclusivo no
segundo semestre deste ano. Quanto ao Pathfinder Remaster, seu financiamento
está prestes a ser iniciado. E quando digo “prestes a começar” é logo mesmo.
Hoje mesmo (quarta-feira, 24 de abril), no grupo de Pathfinder no Whattsapp,
Anésio Vargas Junior, editor-chefe da New Order, trouxe novidades:
Salve, pessoal,
Como o Calvin
mencionou lá em cima, a carta foi necessária e, até o momento, o cronograma
permanece como planejado. No entanto, a Paizo ainda precisa dar o ok final na
campanha conforme a montamos. Eles costumam ser rápida nas respostas e contamos
com isso, mas desta vez está demorando mais do que o esperado. Esse tipo de
situação é rara mas pode acontecer.
Se não
recebermos o ok nesta semana, nosso plano passa a ser iniciar a campanha antes de 10 de maio.
Vocês serão
avisados.
Garanto que os
itens que entrarão nesta campanha irá agradar pelo menos 99% de vocês, ou perto
disso. Logo anunciaremos em live. Aí é bom que dá pra responder todas as
dúvidas pertinentes que surgirem on line.
Ou
seja... o início do financiamento coletivo de Pathfinder Remaster começa nos
próximos dias!!!
Quanto
à carta que a editora lançou, leia a íntegra dela abaixo:
CARTA ABERTA AOS DESBRAVADORES
Como uma empresa
forjada nas fogueiras de aventuras e narrativas do RPG, sempre nutrimos a visão
de um grupo de aventureiros como a encarnação ideal de bravura e destemor, cada
um contribuindo com suas habilidades únicas para enfrentar os desafios que o
destino nos reserva.
Um personagem se
aposenta para cuidar de uma estalagem, outro decide proteger uma floresta
amaldiçoada para preservar os povos ao redor. Sim, todos os grupos de
aventureiros sofrem transformações com o passar do tempo, e conosco não foi
diferente.
Ao longo dos
anos de Pathfinder no Brasil, nosso grupo de aventureiros sofreu metamorfoses
inevitáveis. Não que desejássemos tais mudanças, mas as aventuras, muitas vezes
imprevisíveis, exigem adaptação. Nem toda jornada é planejada, e a vida de Mestre
nos confronta diariamente com desafios improvisados, escritos às pressas e
sujeitos a ajustes a cada rolar de dados, com nossas ações encontrando reações
no tecido do destino.
Esta carta aos
Desbravadores busca esclarecer como Pathfinder seguirá no Brasil, delineando
nossas intenções para o futuro.
Neste momento,
nosso grupo de aventureiros foi novamente alterado, mas desta vez não apenas
substituímos o Mago pelo Feiticeiro. Sai o Editor Executivo, vigente, e ocupa
seu lugar, Renan Barcellos. Que também assumirá a Sociedade Pathfinder e ficará
responsável pelos prazos a partir de agora, e também será a ponte na
comunicação com os assinantes, junto com os editores chefes, Anesio e Manjuba.
E nosso amigo e consultor, Calvin Semião, tradutor e revisor da linha Paizo,
dentro outras.
Aqueles que já
vivenciaram mudanças à mesa sabem quando é a hora de traçar novos rumos,
garantindo que todas as aventuras sejam concluídas com glória, para que os
bardos possam entoar os feitos dos aventureiros com a honra que cada personagem
merece. Com isso dito, agradecemos e desejamos o melhor para o nosso amigo.
Navegar por
nossas redes sociais hoje em dia, postar qualquer coisa, é garantia de que, em
alguns minutos, surgirá a mesma pergunta: e o Remaster? E o Kingmaker? Inúmeras
vezes fomos questionados e tivemos que responder: "Aguarde, em breve
traremos novidades", enquanto as perguntas continuavam a surgir em busca
de esclarecimentos. Hoje, é dia de esclarecimentos.
Muitos
imaginavam que a versão remasterizada seria como um Pathfinder 2.5, com novas
regras, novas ancestralidades e uma revisão completa. No entanto, o
Remasterizado é, na verdade, uma extensa errata aplicada aos livros,
modificando a necessidade de utilizar a licença OGL e abrindo espaço para a
licença ORC, da própria Paizo. É uma confirmação da total liberdade no uso de
todo o conteúdo relacionado ao jogo pela Paizo.
Em termos de
regras, nada muda substancialmente; são apenas ajustes e correções, como a
substituição do termo Tiefling por Nephilim, assim como também o Aasimar, e a
introdução da necessidade de uma Ação para trocar de arma. São detalhes que,
embora não sejam expressivos, não deixam de representar uma mudança. Os livros
não serão mais apresentados da mesma maneira; agora teremos o Livro do Jogador,
o Livro do Mestre e o Livro dos Monstros, seguindo um padrão que os jogadores
do Brasil e do mundo já estão habituados.
A saída de um
dos mais relevantes jogos de Fantasia Medieval do Brasil atraiu muitos outros
fãs, que questionam como Pathfinder seguirá no país e o que esperar dos novos
livros.
Muitos ainda não
sabem da existência da tradução anteriormente realizada, e alguns acreditam que
o Remaster invalidará os suplementos existentes, enquanto outros sabem que isso
não impedirá o uso de nenhum suplemento ou aventura.
Bom meus amigos, dito isto. hoje viemos falar o que todos ansiavam por ouvir:
O Remaster de Pathfinder está a caminho!
Ele será lançado
por meio de um Financiamento Coletivo no Catarse, agora em abril com data a ser
revelada em alguns dias. Quem já possui o Livro Básico e quiser adquirir o
Remaster terá uma surpresa no lançamento.
Respondendo a
uma última pergunta: Pathfinder Kingmaker se encontra completamente traduzido e
revisado. E terá um financiamento coletivo somente pra ele no segundo semestre.
Com processo de impressão ocorrendo logo a meta base seja atingida. Se inscreva
AGORA na pré-campanha para não
perder o lançamento!
E aí, gostaram das novidades?
Aproveitei
que tivemos essa mudança no comando editorial da linha de Pathfinder na New
Order para realizar uma pequena entrevista com Renan Barcellos, o novo editor,
e conhecermos um pouco mais suas ideias, além de questionarmos algumas coisas
que os fãs gostariam, de saber sobre o futuro imediato (e coisas atrasadas).
[Entrevista
realizada por escrito]
1) Boa tarde Renan e parabéns pelo anúncio do cargo de editor
executivo da linha Pathfinder na New Order. A primeira pergunta que a
comunidade faz é... quem é o Renan Barcellos e como ele está inserido no mundo
do RPG nacional?
Boa
tarde! Acho que não tem muito o que falar sobre mim. Eu jogo RPG desde criança,
e o hobby me levou ao hábito da leitura, então minhas duas grandes paixões
acabaram sendo RPG e literatura (com cinema vindo logo atrás). Foi justamente
essa combinação que acabou me fazendo começar a traduzir quando eu tinha uns
vinte e poucos anos, e desde então já tem uns dez anos que eu faço trabalhos
com RPG.
Atualmente,
eu trabalho exclusivamente com tradução e editoração de RPGs ou coisas
relacionadas (boardgames, livros etc), e minha parceria com a New Order é de
longa data. Na NO eu trabalhei com Lenda dos Cinco Anéis, Chamado de Cthulhu,
Conan 2D20, Star Trek: Aventuras, Numenera e Nights Black Agents, seja como
tradutor, revisor ou editor, isso para não falar de material ainda não
anunciado. Fiz alguns trabalhos para outras editoras também, como Caçador: A
Revanche, mas sempre tive mais contato com a New Order.
Na
verdade, eu até já trabalhei com Pathfinder, pois editei A Bruxa Invernal.
2) Qual é a sensação de assumir uma posição de frente em uma
linha das mais importantes do RPG nacional, para não falar mundial?
Ainda
estou para me acostumar com isso, é algo que às vezes ainda faz bater uma
ansiedade. A comunidade de Pathfinder é uma das mais ativas do Brasil, e sempre
fica aquela percepção de que os trabalhos que eu fizer vão estar alcançando
bastante gente, e também que agora eu sou responsável por um legado que já
vinha sendo construído.
Então,
está sendo um processo ainda, e provavelmente só vou saber mesmo como é estar à
frente dessa linha durante o financiamento coletivo e o lançamento do Player
Core. Então, é um papel que encaro com muita responsabilidade, e com bastante
expectativa de ver como serão as reações da comunidade.
3) Qual a tua visão sobre a linha Pathfinder no mercado nacional
e mundial?
Tanto
nacional quanto internacionalmente, Pathfinder passa por um momento
interessante de transição. Claro que não estamos partindo para uma terceira
edição e nem uma 2.5, mas com a bagunça que aconteceu com a OGL, e agora com a
criação da ORC, Pathfinder pode conseguir aumentar bastante seu público, o que
trará novas demandas também.
Isso
é duplamente verdadeiro no Brasil, e agora temos a oportunidade de mostrar para
esse público o potencial do Pathfinder com a garantia que se trata de uma linha
em que os livros não vão parar de lançar repentinamente.
Como
a própria Confraria falou em uma matéria de 2021, Pathfinder 2 era o RPG com
mais páginas publicadas no Brasil, e acho que isso não mudou nesses três anos.
Pretendemos não só manter, como amplificar esse suporte.
4) O que podemos esperar de sua atuação no cargo? Que mudanças
podemos aguardar na linha Pathfinder que denotem a tua mão atuante, já à curto
e médio prazo?
Essa
é uma questão curiosa, pois se trata de um novo editor, numa linha que vai
receber novos livros básicos, mas que não teve uma mudança de edição. Então não
há tanto espaço para mudança, mas questões de estilo acabam sendo inevitáveis
de acabar aparecendo no texto.
Eu
prezo muito um estilo que soe natural em português e que reforce a imersão do
jogo, e também estou de olho na legibilidade de algumas frases recorrentes e
tentando, quando possível, tirar as preposições, pra deixar a leitura mais
fluida e rápida de entender.
Então,
haverá algumas mudanças e adequações na parte de como apresentar as regras e
algumas padronizações, mas sem fazer alterações no que se refere à lore do jogo
e sem mudar nada por puro capricho. Mas mesmo essas coisas ainda estão sendo
analisadas e o feedback da comunidade será indispensável após a entrega do PDF.
Além
disso, já estamos fazendo testes com novos colaboradores para poder aumentar a
equipe e assim trabalhar em mais materiais. A maioria das mudanças de gerência,
contudo, são mais internas, estou propondo reuniões semanais com a equipe,
ferramentas de gestão de projeto e outras coisas para melhorar o entrosamento e
a sincronia das diferentes etapas editoriais.
Mas
é importante dizer que não trabalho sozinho nisso, e todas essas questões são
conversadas com frequência com os editores-chefe da New Order, Anésio e
Manjuba, que estão se envolvendo de perto no projeto. Isso para não falar em
diversas pessoas que compõe a equipe da New Order focada na Paizo, e que
continuarão trabalhando com Pathfinder.
5) Sabemos que há um hiato entre onde as edições nacionais de
Pathfinder estão e onde os lançamentos americanos já estão. Qual a tua
preocupação em diminuir essa distância, principalmente com o lançamento do
Remaster e levando em consideração o ritmo frenético de lançamentos da Paizo?
Esse
é um tipo de pergunta que é difícil responder de forma concreta no momento.
Ainda estamos vendo como a própria Paizo está se organizando com o lançamento
do Remaster. Vimos os livros básicos, mas os suplementos ainda estão começando
a ser anunciados. Com isso, ainda precisamos também esperar o término do
financiamento para entender melhor como trabalhar o que vem depois.
Estamos
aumentando a equipe justamente para lidar com uma frequência maior de
lançamentos. Uma possibilidade é de trabalharmos com os materiais pós-remaster
em paralelo aos suplementos anteriores ao remaster, mas por hora estamos nos
concentrando nos livros básicos.
6) Por falar em hiatos, um assunto delicado, mas que a
comunidade precisa saber, são sobre os atrasos das entregas dos últimos
financiamentos – Grande Bazar (PDF e impresso), Sombras ao Entardecer (PDF e
impresso) e as APs impressas. O que está sendo pensado para sanar esse
problema?
Esse
material vem sendo trabalhado em paralelo com o remaster, e não está sendo
editado por mim. Buscamos fazer duas frentes nesse aspecto justamente para que,
em separado, fosse possível nos focarmos tanto nesses títulos quanto nos do
financiamento coletivo do Remaster. A ideia é entregá-los tão logo quanto
possível.
7) Com relação à Sociedade Pathfinder, alguma mudança
pretendida?
Conversamos
bastante sobre a Sociedade Pathfinder, mas foi decidido continuar no modelo
atual. Com o lançamento da edição 4-17 hoje, todas as edições que estavam
atrasadas foram entregues. Então o objetivo é entregar as desse mês e evitar
que as edições dos próximos meses não sejam entregues na data devida.
Vai
haver um período de adaptação nisso, mas a meta é não só estar em dia, como
ficar pelo menos dois meses adiantado, com material pronto para ser entregue.
8) Outro tema que a comunidade muito se interessa são os
romances de Pathfinder. Tivemos o lançamento de um volume por enquanto em
português, mas há vários ainda esperando para serem lançados por aqui. Qual a
tua estratégia para lançá-los por em português no Brasil?
Por
enquanto não há uma estratégia específica além de ir trabalhando um após o
outro. Levantou-se a possibilidade de trabalhar os mais recentes em conjunto
com os antigos, alternando, mas não há nada definido nesse sentido.
Mas,
por falar em romances de Pathfinder, temos um já traduzido e com duas revisões,
muito próximo de ser impresso. Quem sabe ele não aparece no financiamento do
Remaster?
Além
desse, dois outros títulos do Pathfinder Tales já estão traduzidos e a revisão
começará em breve. Posso dizer também que pretendemos fazer um anúncio no
Diversão Offline sobre outro livro da linha que vamos trabalhar.
Novamente, parabéns pela nova posição e muito sucesso!
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