sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Novidades nas Telonas
Tchê RPG
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Material de Apoio - Arquearia I
Um arco pode ser dividido em duas classes e dois tipos.
Os Arcos Planos eram feitos de uma grande viga de madeira, tendo como materiais mais usados o Freixo, o Carvalho e a Carya. Ele tinha baixo custo e podia ser produzido facilmente por alguém com alguma perícia. A haste que o compunha era única, com pouca curvatura e não reforçada. Essa haste, chamada “pala”, se inicia no centro do arco, com 5 centímetros, chegando a 1,5 centímetros nas pontas onde encontram a corda.
Já nos Arcos Compostos eram utilizadas duas palas; que se iniciavam no centro e se curvavam individualmente até a ponta. Seu formato assimétrico permitia ter seu tamanho reduzido sem perder a força nos disparos, sendo assim ideal para a cavalaria. Sua parte inferior era ligeiramente mais fina que a superior. Um Arco Composto podia também ser feito de madeira, mas freqüentemente usava-se cornos de diversos animais tais como cervos e alces (os de boi eram usados para arcos de baixa qualidade). Presas de grandes animais eram menos freqüentes, mas existiam arcos entalhados de presas de elefantes e outros animais.
Quanto ao tipo cabia ao arqueiro escolher o arco: curto ou longo. O primeiro era preferencialmente usado para a caça, mas em vários casos, camponeses e exércitos sem grandes condições o utilizavam em rixas e escaramuças. Media de 1m a 1,20m, podia ser encordado facilmente por homens e com alguma dificuldade por crianças e mulheres. O longo tinha finalidade militar. Suas flechas podiam trespassar cotas de malha, e acertar seus alvos com força suficiente para um ataque fatal. Um Arco Longo necessita que seu usuário tenha anos de pratica, sendo quase impossível de ser manejado por alguém sem muita experiência.
Um arqueiro habituado com um Arco Longo, na maioria dos casos, terá um dos lados do corpo mais desenvolvido que o outro. Isso decorre pela força exercida no braço usado para disparar as flechas e retesar o arco. Só podia ser encordado por homens pela extrema força exercida. Seu comprimento deve ser maior que a altura dos pés ao queixo do portador e jamais exceder a envergadura ou a altura do mesmo (apenas os Long Bow Inglêses exediam o tamanho de seus usuários).
O disparo
O Arqueiro deve se posicionar com uma postura reta, o rosto virado para a mão que segura o arco e pés afastados na direção dos ombros. O braço que segura o arco deve permanecer esticado, com o cotovelo girado para fora. Mão no alinhamento do antebraço.
A flecha deve ser retirada da aljava com os dedo indicador e médio, e encaixada primeiramente no descanso do arco e depois a parte traseira (nock) da corda. O arqueiro devera evitar exercer pressão com os dedos na flecha e tocar nas penas.
Os dedos indicador, médio e anelar são usados para tencionar a corda até que a mão do arqueiro encoste na sua boca. Por último ele deve inclinar a cabeça na direção do ombro do braço que segura o arco, e alinhar a corda do arco na direção do centro do queixo e do nariz. Fazendo assim o arco permanecer na vertical. A mira deve ser feita com o olho do lado que empunha o arco fechado. Primeiro sem a flecha, o arqueiro acerta um ponto fixo e não pode mais se mexer enquanto a corda é tangida.
O Paradoxo do Arqueiro
Paradoxo do Arqueiro é o nome dado ao fenômeno pelo qual, uma flecha disparada por um arco, deve ser apontada para um ponto deslocado lateralmente do centro do alvo para atingi-lo corretamente, daí a idéia de paradoxo.
O movimento da corda no momento do disparo, para a lateral e em direção ao alvo, provoca na flecha uma flexão na mesma direção. Em reação a essa força inicial, a flecha volta a se flexionar, dessa vez para o lado oposto, e assim sucessivamente, reduzindo a oscilação deste movimento até alcançar o alvo.
Falando mais facilmente, uma flecha necessita de ser balanceada quando é feita, e assim oscile na freqüência correta. Se estiver muito flexível, a flecha acertara a direita do alvo. Se muito rígida sairá à direita.
O movimento natural de uma flecha perfeitamente balanceada até seu alvo é de um arco bem curto para a esquerda, e não numa linha reta.
domingo, 26 de outubro de 2008
Romance II
Capitulo – 1 “Caminho de casa”
Passos.
Esse era o único som audível em todo o corredor. O barulho ecoava forte na madeira, como se varias pessoas andassem lado a lado. O ruído vinha das botas de um homem. Andava decido com os punhos cerrados e o maxilar rígido. Seus olhos miravam apenas a saída sem ao menos reparar no resto. O corredor, por sua vez, não era muito longo, mas um tanto largo, e ia do salão principal ao lado de fora da mansão. Nele ficavam as passagens para as salas de aula. Era limpo e bem iluminado, decorado com quadros e estátuas, todas feitas pelo diretor. Esta era a Escola Rongald de Aventureiros, uma das melhores do ramo, e parte das principais atrações de Gorendill.
Seus olhos miravam apenas a saida sem ao menos reparar no resto. Ele sabia o que queria, e sabia aonde ir. Apesar de jovem seus objetivos, hoje, estavam mais do que definidos. Tinha olhos e cabelos negros, taços leves, boca de sorriso facil, corpo esguio e bem definido. Trajava uma camisa de linho branca, calças do mesmo material pretas e botas de couroo que vinham até a metade da canela.
Alcançou a saída e desceu as escadas de mármore que davam no quintal. Atravessou o pequeno jardim, passando por um caminho de pedras. No chão jaziam centenas de folhas que caíram ha quase três semanas com a chegada do outono. Já conseguia observar os contornos das armações de madeira em meio ás arvores. Alcançou um outro lance de escadas. Este marcava o inicio da arena, subiu e atravessou um modesto arco entre as arquibancadas. Admirou.
Ventava forte, as árvores ao redor de toda a escola balançavam. Folhas passavam voando a todo instante, se chocando nas construções e produzindo um baque seco. Azguer já começara a descer, faltavam quase duas horas para que Tenebra dominasse os céus. As arquibancadas estavam todas vazias. Fazia frio, pois o inverno batia à porta. Mas hoje ele não ligava. Esperava ansioso. Suas mãos transpiravam e sua boca estava seca. Caminhou até o centro da arena de treinamento. Sentia o frio na barriga, costumeiro antes dos combates. Passou a mão nos cabelos deixando-os apontados para cima. Cuspiu o pouco de saliva que conseguiu acumular tentando espantar o azar. Esperava há anos por esse momento, e ele finalmente havia chegado. Tinha certeza que estava preparado, mas não sabia ao certo o que esperar de seu professor.
Deu um giro de trezentos e sessenta graus procurando algum movimento. Nada se mexia. Mal fechara os olhos, e lembranças de muito tempo inundaram seu pensamento como uma enxurrada.
Lembrou dos treinos exaustivos. Lembrou das surras e lembrou da dor. Lembrou da primeira vitória e de como ficara feliz. Lembrou que depois dela, conseguiu obter o devido respeito dos outros estudantes, e de como as provocações cessaram rapidamente. Lembrou de que os treinos, a partir daquele dia mudaram, e que todos os seus esforços até ali lhe surtiam efeitos. Seus braços se moviam precisamente. Atacavam, aparavam e estocavam como se aquilo fosse normal à muito tempo. Suas espadas não bloqueavam ataques, apenas os desviavam. Seu corpo tinha adquirido incrível mobilidade e resistência. Enquanto seus adversários se cansavam, ele apenas dançava, fugia e os evitava. Seu pensamento agora era rápido, e ele podia prever muitos movimentos antes deles serem executados.
“– Desculpe o atraso. Acabei indo até seu quarto para me certificar que não estava escondido como um rato em baixo da cama," - o professor sorriu com os lábios chegando as orelhas - "fiquei realmente impressionado por ter vindo."
O jovem se virou rapidamente. Em sua direção caminhava seu professor. Era relativamente gordo, e mancava de uma das pernas. Estava vestido igual ao seu aluno, com exceção de uma rústica e fina cota de malha. Tinha duas espadas embainhadas e em uma das mãos carregava outro par. O professor estancou a apenas cinco passos do jovem e atirou-lhe as espadas. Ele as recebeu com destreza, segurando-as pelo cabo e com um giro, fez as bainhas aterrissarem a alguns metros atrás de si.
“– Já estava começando a acreditar" - rosnou o jovem - "que quem estava em baixo da cama era você, Randorill de Warton.”
“– Além do medo, ousa perder o respeito moleque! Vou ensinar-lhe uma lição" – ele apontou para uma das arquibancadas – "atrás daquela arquibancada você encontrara uma grande jarra de barro, ela esta cheia de tinta vermelha. Mergulhe suas espadas e volte até aqui, rapidamente.”
Ele caminhou pelo chão de terra batida até o local indicado, mergulhou suas espadas sem entender o significado de tudo aquilo. Ao retirá-las do jarro, tentou escorrer todo o excesso de tinta de volta para o recipiente. Em vão. Tentou novamente, mas sem melhores resultados. A tinta parecia presa na lamina, e o mais impressionante era que ela permanecia em estado liquido. Retornou ao centro da arena, onde Randorill o aguardava. Estranhamente suas duas espadas já estavam cheias da mesma tinta vermelha. Aos seus pés, aguardava jogada uma cota de malha semelhante a que ele mesmo trajava.
“– Pra você pirralho!" – disse o professor chutando a peça para o aluno.
A cota de malha foi jogada a alguns metros, levantando poeira por onde passava, até encontrar os pés do jovem.
O aluno a olhou com desdém e respondeu: “– Isso só serviria para restringir meus movimentos" -, falou enquanto chutava a cota de malha para longe - "lutarei sem proteção. Agora me explique as regras.”
“– Se quer tratar tudo isso como um jogo, tudo bem. A tinta onde mergulhou suas armas é mágica. Ela só sairá da sua espada caso encoste-a em mim" – ele levantou os dois braços mostrando as suas espadas – "Já a tinta das minhas espadas, só sairá caso eu encoste-as em seu corpo. Não deve se preocupar em ferir-me, as duas armas não têm fio nem ponta" – o professor apontou suas duas espadas para o aluno – "Vence a batalha quem conseguir três marcas no corpo do oponente, só não sendo valida a área da cabeça. Consegue entender as regras?”
“– Minha espada lhe mostrará minha resposta!”
Antes que pudesse terminar sua frase, o jovem já corria. Suas pernas se movimentavam altas e seus braços já estavam a postos para o ataque. O aluno ganhara terreno rapidamente, e em alguns segundos já desferia sua primeira seqüência de golpes. Randorill, apesar do corpo desproporcional e a idade avançada, se esquivava habilmente. O aluno atacava repetidas vezes intercalando as duas espadas em cortes e estocadas. Enquanto uma mão subia, a outra já estava em descida. O jovem se movia como um dançarino. Trançando as pernas, girava o corpo para um ataque mais forte, pulando e se abaixando para tentar acertar o alvo. O professor se esquivava com destreza. O jovem era ataque após ataque. Sua guarda agora estava baixa, totalmente aberta a qualquer investida.
Passaram-se apenas cinco minutos. á para os dois, se passara uma eternidade. O aluno tinha atacado todo tempo sem, no entanto, conseguir acerto algum. O professor era muito mais rápido do que qualquer pessoa pensaria, e só havia usado suas espadas quando só o movimento não bastava. Sua perícia era tamanha que o aluno chocara suas espadas contra as dele menos de dez vezes. O jovem ofegava e suas vestes já mostravam as marcas de suor. O professor ainda nem começara a transpirar.
"- Acha mesmo que está preparado?" – disse Randorill – "te ensinei como combater por cinco anos, e no dia do teu teste final, lutas comigo deste jeito" – ele balançava a cabeça em sinal de desaprovação – "Assim só me mostra que tudo que falei por todos esses anos sobre você era a mais pura verdade. Sempre achei que você levava meu treinamento como levava sua vida. Tudo em sua vida caiu em suas mãos, nunca precisou lutar por nada. Hoje te mostrarei que se quiseres terminar teu treinamento, terá de entender o real significado das coisas. "
“– Concordo com o que diz" - falou o aluno em resposta – "mas não posso aceitar que não levo seu treinamento a sério. Venho me dedicando ao máximo desde quando cheguei a Gorendill. Aqui fui humilhado e isolado até conseguir provar meu verdadeiro valor" – ele começara a gritar - "quando falas que nunca lutei por nada em minha vida, mentes, pois minha vida nesse lugar foi uma constante batalha, e só hoje poderei lhe mostrar que tudo isso não fora em vão.”
“– Se acha realmente isso, mostre-me e lute como te ensinei!" - era o professor quem agora gritava.
“– Prepar..." - a frase foi interrompida, as espadas se chocaram novamente, o professor quem atacava dessa vez. Tentava estocar o jovem a qualquer custo, um ataque após o outro, fazendo-o recuar quase até a borda da arena. O aluno sentiu as arquibancadas encostarem-se em seus calcanhares, e com um salto subiu no primeiro nível. Trocavam golpes que passavam perigosamente perto, as armas chiavam pelo ar fazendo a tinta vermelha parecer viva.
Randorill agora cortava, cortava como um camponês cortava o feno. Seus ataques eram fortes e o aluno foi forçado ao segundo nível da arquibancada. Quando o professor se preparava para continuar a perseguição degraus a cima, cometeu seu primeiro erro. Sem perceber abaixou demais as duas espadas deixando assim a parte superior de seu corpo exposta. O jovem percebera o erro e abusou de seu oportunismo. Com um salto magnífico, passou sobre o professor, acertando-lhe as costas na altura dos ombros e aterrissando com uma cambalhota as suas costas.
O combate parara por alguns instantes. Randorill se virou calmamente. Seu rosto mostrava claramente espantado. O jovem tinha um pequeno sorriso preso na boca. As camisas estavam agora ambas ensopadas. Os dois se olhavam sem piscar.
“– Prepare-se. Farei você pagar em dobro" - falou o professor.
“– Estou esperando "- respondeu desafiadoramente o jovem.
Material de Apoio - Navegação 8
Mas então o que fazer com relação a personagens piratas em Arton ou em contos ambientados neste cenário com este estereótipo?
Lançamento Jambô
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Arquivo de Fichas - Mutantes e Malfeitores: Capitão Britânia [Marvel]
SALVAMENTO
Ataque +10, Agarrar +22, Dano +12 [desarmado]; Defesa +10, Esquiva +5; Iniciativa +5.
CAPACIDADE DE CARGA
PERÍCIAS
FEITOS
PODERES
36 (habilidades) + 13 (salvamentos) + 40 (combate) + 9 (perícias) + 18 (feitos) + 89 (poderes) – 3 (desvantagens)
sábado, 18 de outubro de 2008
Caçadores de Abutre
“– Sabia que meu marido pegou pessoalmente um daqueles magos imundos e o entregou à Gregori?” – vangloriava-se uma dona-de-casa à outra às portas do Cotovelo Cerzido.
“- Que sorte à dele.... na certa receberá alguma gratificação do prefeito.”
“- Ele não fez isso por recompensa. Essa corja tem de ser aniquilada antes que corrompa nossas almas. Ferren tem toda a razão. Bendito o dia em que ele abriu nossos olhos. Meu marido disse que primeiro o mago será interrogado em Ith. E depois ele terá o que merece aqui na praça.”
“- Mas ele deve pelo menos ser agraciado com algum tipo de promoção?”
“- Já aconteceu. Ele será o responsável pelo transporte do prisioneiro até Ith. Ele saiu hoje pela manhã, bem cedo. Deve chagar por lá em alguns dias.”
As duas senhoras conversavam animadamente quase às portas da alfaiataria mais famosa da capital de Portsmouth. Tinham de esperar do lado de fora, pois o movimento de clientes, sempre em grande número, obrigava que muitas vezes tivessem de esperar por quase dois quartos de hora antes de serem recebido.
O estabelecimento estava localizado numa das principais vias da capital de Portsmouth. Ficava a duas quadras da praça central e bem próximo de uma área cuja população vivia em condições financeiras relativamente boas. Isso somado à grande qualidade dos serviços prestados pelas costureiras do Cotovelo garantia um quantidade regular de clientes.
A proprietária, Thânara, era aquele tipo de mulher cuja presença sempre era nota onde quer que estivesse. Tinha uma estatura baixa e feições simples, mas enchia o ambiente com sua presença sempre que entrava em qualquer lugar. Era muito ativa, dava atenção à todos os que atravessavam suas portas e sempre tinha um sorriso pronto para distribuir. Todas as cliente a conheciam e sempre que houvesse um grupo de senhoras “conversando”, ela estava no meio.
Ela tinha um filho que morava junto. Seu nome era Arthir. Um menino pequeno e sardento com doze anos que passava o dia sentado nas escadas da entrada. Muitos diziam, brincando, que ele parecia uma alma penada, pois aparecia do nada ao lado dos clientes bisbilhotando suas conversas. Mas deveria ser apenas impressão.
Ou não.
A conversa entre as duas senhoras às portas do Cotovelo Cerzido naquela manhã estava sendo acompanhando com muito cuidado por Arthir. Quem olhasse para o menino não perceberia nada, pois ele mantinha a mesma expressão despreocupada e desinteressada enquanto brincava com alguns gravetos. Mas isso não era de todo verdade. A conversa estava sendo analisada e guardada com o máximo de cuidado pelos ouvidos perspicazes do infante.
Alguns minutos depois ele levantou desleixadamente e ingressou na loja de sua mãe. Logo que ele ingressou seu olhar cruzou com o de sua mãe. Já sabiam o que fazer. Ele entrou mais para o interior da casa e desapareceu num corredor ao fazer uma curva. Logo atrás veio sua mãe sorrindo como sempre e dizendo que iria trazer umas amostras novas de tecidos, desaparecendo ao entrar na mesma curva do corredor.
Agora sem sorrisos nos rostos eles se entreolharam e trocaram poucas palavras.
“- Pegaram mais um ontem.”
“- Levaram para onde, Arth?”
“- Ith. Saíram hoje pela manhã. Devem chegar em cinco dias.”
“- Quantos homens estão indo? Para qual das prisões?”
“- Isso teremos de descobrir, mãe.”
“- Chame os outros. Não temos tempo. Agiremos hoje mesmo.”
O menino recebeu um beijo carinhoso na testa e um sorriso singelo. Depois entrou em seu quarto, pegou sua mochila e se dirigiu para a porta dos fundos.
“- Sabe o que fazer querido. Tome cuidado e peça à todos que estejam aqui na hora do jantar. Te amo.”
Essa era a verdadeira face da família Rhaster. E muitos já deviam suas vidas à eles.
o O o
Duas batidas secas na porta dos fundos.
Thânara abriu a porta calmamente e aos poucos a luz trêmula das velas dispostas pelo ambiente iluminou a recém-chegada. Era uma moça linda, não fosse pelo semblante de poucos amigos. Ela tinha aquela expressão de que estava sempre sentido algum cheiro desagradável.
“- Marla querida, que bom que chegou cedo eu....” – começou dizendo Thânara que foi logo interrompida pela moça que ingressou de forma rápida na cozinha batendo os pés.
“- Espero que pelo menos dessa vez não seja uma pista falsa, estou louca para quebrar umas cabeças” – e jogou sua espada num canto enquanto puxava um pesada cadeira de madeira e atirava-se sentada – “quem já chegou?”
“- Por enquanto apenas nós e Stu.”
“- Eu já cheguei e estou preparando o jantar” – da porta lateral saiu uma figura pequena e suja de farinha dos pés à cabeça. Sturky usava um avental branco que deixava sua pele verde-cinzenta ainda mais evidente – “olá ‘m-a-d-a-m-e’, como tem andado?” – curvando-se à frente da guerreira carrancuda marcando com ênfase cada letra com um olhar de quem sabe que está fazendo uma travessura.
“- Nossa...cada vez que te vejo não sei se está mais baixo ou mais feio” – disse Marla com semblante ainda menos amistoso – “ e onde está aquele meio-elfo metido à Talude e, como sempre, atrasado?”
“- Estou bem atrás de você...” - o som grave da voz de Allianthalas surpreendeu à todos. Ele estava sentado calmamente inclinando sua cadeira de encontro à parede com os braços cruzados por sobre o peito. Essas chegadas surpreendentes eram típicas dele. Era como se aparecesse do nada onde bem quisesse.
“- A quanto tempo está aí?” – inqueriu o pequeno Sturky.
“- Tempo suficiente..... vamos começar de uma vez. Estou com fome".
Cerca de uma hora havia passado e pratos vazios estavam à frente de cada um deles. Parecia que ninguém estava disposto à se demorar mais. “Aquele” assunto deveria ser discutido.
Arthir pegou sua mochila que estava pendurada nas costas de sua cadeira e puxou uma pequena caderneta - “o mago foi capturado ontem logo que atravessou a fronteira, vindo de Wynnla. Pelo que disse aos guardas estava procurando a irmã que não dava notícias à mais de um ano. Foi levado esta manhã para Ith onde será interrogado da forma que eles sabem fazer melhor do que ninguém e com toda a certeza será executado logo depois num enforcamento.”
Todos ouviam com atenção. Não parecia uma criança falando. E eles, com toda a certeza não o viam como tal. O enxergavam como um companheiro. Continuou: “Pelo que consegui descobrir com meus amigos lá na Feira o boato que corre é que querem executar o infeliz no aniversário do prefeito de Ith daqui a duas semanas. O próprio Ferren estará por lá para a ‘festa’. Quanto a hoje nada poderia ser melhor. Os soldados receberam seu soldo e estarão loucos para gastá-lo nas tavernas da cidade com bebidas e mulheres. Então teremos força mínima nas casas da guarda e no escritório do chefe da guarda”.
Ele parou de falar ostentando aquela fisionomia de dever cumprido.
“- Faremos como de costume. Rápidos, limpos e precisos... escutou bem Marla?” – foi dizendo Thânara virando-se para a guerreira que impressionantemente estava com o rosto rubro.
“- Não tenho culpa se aquele guarda infeliz me confundiu com uma prostituta e resolveu apalpar meu traseiro. Mas garanto que ele não sentiu nada. Foi uma morte indolor...pelo menos para mim...hahahahaahah!!!” – e todos caíram na risada.
o O o
Já haviam feito isto centenas de vezes. Muitos de seus companheiros de ideal diziam que eram graças à eles que ainda estavam vivos, inteiros ou se divertindo. Um dos pressupostos básicos da sobrevivência nesses dias de hoje é a informação. E eles sabiam muito bem como conseguir isto.
Era uma noite sem lua. Nada poderia ser melhor do que isso. As sombras eram mais densas. Os becos mais sombrios. As ruas mais vazias.
Todas as tavernas, em contrapartida, estavam abarrotadas. Os milicianos de Asloth haviam invadido cada taverna da cidade. Desde o início das animosidades entre Portsmouth e Bielefield que Asloth mantinha um considerável contingente de mercenários sob suas ordens. E como de costume, no dia em que recebiam seu soldo por serviços prestados, corriam para fazer a felicidade dos comerciantes e cafetões da cidade. E hoje era este dia.
“Hoje será mais fácil do que nunca” – pensou Thânara sentada sobre um telhado observando um horizonte de chaminés fumegantes. Sua presença era imperceptível. Estava toda vestida de preto. Ao seu lado o velho Stu, igualmente vestido de negro, verificava cada uma de suas adagas e recolocava em seu cinto.
De onde estavam podiam ver com clareza duas Casas da Guarda, uma em direção à praça central e outra ao lado do castelo. Está segunda é que lhes interessava. Nela ficava o responsável em comandar as demais Casas da Guarda – Capitão Gregori. Toda informação sigilosa passava por ele e era aplicada. Se um novo mago fora encontrado lá teriam a resposta.
O trabalho deles era simples e organizado.
Arthir já havia realizado sua tarefa. Bisbilhotar, ouvir e conseguir informações nas ruas. Quem desconfiaria de uma criança?
Marla era o apoio armado do grupo. Sua capacidade de esconder-se e sutileza em se mover traria inveja à muitos dos membros das famosas guildas de ladrões de Gorendil. Claro que sua irritabilidade quase sempre lhe trazia problemas, mas ela dava conta de todos eles.
Allianthalas usava sua feitiçaria para tornar os ambientes mais sóbrios e os oponentes mais míopes. Isso diminuía em muito a capacidade de oposição. Além de que todos sabem que um manipulador de sortilégios é uma benção em qualquer grupo.
Para Thânara e Sturky restava o resto do trabalho. Entrarem sorrateiramente e sair desapercebidos com o que queriam – informação.
o O o
Chegar ao telhado desejado de forma silenciosa foi fácil para aquela dupla. Não só pela estatura pequena que tinham, mas pela incrível capacidade de moverem-se silenciosamente. Ao mesmo tempo sentiam-se seguros. Sabiam que bem próximo seus companheiros estariam velando por sua segurança.
Vagarosamente a proximidade da casa da guarda que pretendiam invadir era coberta por uma fina neblina. Uma fina camada que dificultava a visibilidade de forma sutil. Era a prova de que Allianthalas começara a agir. Era o suficiente para esconder os passos dos invasores.
A Casa da Guarda do Capitão Gregori não diferia das outras. Eram construções padronizadas. Todas eram sobrados de alvenaria com uma pintura cinza-escuro. Seus telhados eram quase retos com um leve inclinado para um dos lados. Numa das extremidades havia normalmente uma boca de chaminé que levava diretamente ao quarto do Capitão – no pavimento mais alto – e ao seu escritório.
Tinham de ser rápidos. A neblina servia para que os guardas no muro do castelo de Asloth, que ficava ao lado da casa da guarda, tivessem sua visão prejudicada. Mas aquele “fenômeno” deveria durar pouco tempo para não levantar suspeitas.
No que chegaram ao telhado, encobertos pela névoa úmida, cada um tomou sua posição. Stu partiu para a chaminé verificando se ela estava apagada e logo meteu-se no buraco desaparecendo pouco depois num vão quase impossível. Thânara correu para os fundos da casa e dependurou-se nas calhas que costeavam o telhado pulando com extrema precisão no parapeito de uma das janelas.
Stu chegou ao quarto de Gregori saindo silenciosamente pela abertura da lareira. As brasas ainda estavam fumegantes, mas o calor era suportável. O quarto ricamente decorado com tapeçarias e tapetes estava escurecido. Apenas uma vela acessa criava sombras distorcidas pelas paredes. O único som que quebrava o silêncio da noite era o ronco estrondoso do Capitão que dormia ao lado de duas mulheres, todos semi-nus e literalmente jogados sobre a cama. O ar estava impregnado com um forte odor de vinho. Como todos os outros membros da guarda de Asloth o Capitão também havia recebido seu soldo e não poupou despesas para se divertir naquela noite.
Eles já haviam feito isto outras vezes. Tantas que já era quase mecânico. Entravam sorrateiramente, pegavam as chaves de Gregori no bolso esquerdo de sua casaca, abriam a gaveta direita de sua mesa, pegavam o que queriam e recolocavam a chave no lugar. Stu estava tranqüilo e seguro do que fazer.
Já estava com o molho de chaves na mão quando percebeu um movimento na cama. “Estava tranqüilo demais....” Uma das moças acordara, ou pelo menos estava tentando acordar. Ele teve apenas tempo de se jogar embaixo da cama.
Ele ficou olhando pela fresta entre o chão e o cobertor o que a meretriz estava fazendo. Ele acompanhou seus passos nus para lá e para cá dentro do quarto. De repente ela se demorou num dos cantos do aposento. Ele, curioso como só um goblin sabe ser, não se conteve e esticando o pescoço espiou. A pele muito branca mostrava um corpo nu. Para ele isso fazia pouca diferença, pois particularmente achava o corpo humano muito pouco atrativo. Mas algo lhe chamou a atenção.
A moça vasculhava todos os bolsos das roupas do capitão passando depois para as gavetas da penteadeira. Ela juntou algumas moedas e algo que parecia uma jóia presa em um cordão de ouro. Depois vestiu-se silenciosamente e saiu pela porta levando suas botas na mão.
“Este sujeito não tem sorte mesmo...” pensou Stu tentando segurar o riso. Ele saiu debaixo da cama e moveu-se em direção à porta do quarto encostando a cabeça para ver se escutava algo. Girou a maçaneta e, por uma fresta, trespassou o arco saindo em um corredor escuro.
“- Você deve estar ficando velho. Demorou muito!” – denunciou Thânara risonha – “o que aquela moça estava fazendo?”
“- Ela estava apenas trabalhando minha cara. Era quase uma colega nossa” – disse Stu esticando a mão e mostrando a chave.
Thânara pegou-a. Antes disso ela já havia vasculhado os corredores e verificado se estavam seguros. Todas as velas e lampiões foram providencialmente apagados por ela. A casa estava vazia.
Desceram as escadas rapidamente e adentraram no escritório de Gregori. Vasculhando a gaveta Thânara achou as ordens confirmando o destino do capturado e o exato lugar onde estaria preso. Ela adora a organização burocrática que Asloth impunha aos seus subalternos.
Tudo já havia sido arrumado e só restava colocar a chave no lugar. Quando estavam subindo as escadas ouviram um barulho suspeito. Era a segunda moça. Ela estava vestida, mas descalça. Thânara e Stu se entreolharam com o riso contido. Gregori seria surrupiado pela segunda vez naquela noite. À exemplo da primeira ela estava procurando algo que pudesse engordar os ganhos da noite. Mas como a primeira moça já havia limpado o dinheiro de capitão ela teria de procurar alguma outra coisa.
A prostituta estava tentando abrir uma porta trancada sem fazer muito barulho na esperança de achar alguma riqueza. Thânara e Stu estavam se divertindo vendo a cena. A moça puxava e empurrava a porta até que ouviram um forte estalo. A porta abriu de sobressalto deixando cair uma enormidade de objetos. Ela havia aberto um depósito de quinquilharias que caiam fazendo uma confusão de sons metálicos que poderiam acordar um batalhão.
A diversão transformou-se em perigo e os dois membros dos Caçadores sabiam que tinham de sair naquele momento dali. Do quarto de Gregori gritos começaram a ser proferidos - “Guardas... Guardas... Ladrão!!!”
A noite estava ganhando a emoção que eles dispensavam. Sons começaram a ser ouvidos do andar inferior da casa. No primeiro andar ficava os dormitórios de muitos guardas, e mesmo num dia de pagamento nem todos estavam festejando. Só restava a janela.
Eles correram pelo corredor escuro pulando por sobre a infeliz moça estatelada no chão. A janela ficava à frente da porta do quarto de Gregori. Quando chegaram à janela a porta do quarto abriu e, saindo de dentro do quarto, surgiu a figura mais cômica que poderiam imaginar. Gregori estava enrolado em um lençol que mais atrapalhava sua movimentação do que escondia suas vergonhas. Com o cabelo desgrenhado e as bochechas rubras pela bebida segurando uma espada pela ponta, totalmente bêbado.
Gregori saiu cambaleando em direção à meretriz sem perceber as duas figuras naturalmente encobertas pelas sombras. Ele tentava correr, mas foi derrubado pelo próprio lençol sobre a moça que estava começando a se desvencilhar dos objetos que haviam saído do armário.
Passos começavam a ser ouvidos pela escada. Os primeiros guardas chegavam àquela confusão.
Stu correu para dentro do quarto mostrando a chave para Thânara tentando lhe dizer que iria colocar o objeto no lugar. Ela, por sua vez, abriu a janela e jogou-se com maestria para fora segurando-se pelo parapeito.
Stu, ao entrar no aposento, correu na direção das roupas de Gregori que estavam no chão e depositou a chave num dos bolsos. Em seguida jogou-se para dentro da lareira e escorregou para o piso inferior.
Thânara, segurando-se no parapeito, soltou seu corpo caindo seguramente no meio da escuridão. Mas com toda a confusão armada nenhum lugar era totalmente seguro. Logo que tocou o chão sentiu seu pescoço ser entrelaçado por um musculoso braço - “- Haha, e agora o que pretende fazer ladrãozinho?”. A surpresa e a força desorientaram Thânara que quase desfaleceu ante a força aplicada sobre sua garganta. Ela sabia que tinha apenas alguns momentos antes que toda a guarda da cidade estivesse aqui, mas não tinha forças para reagir.
“- Covarde!!!” – Marla jogou-se sobre o guarda derrubando ele e Thânara. Ao levantar-se o agressor ficou surpreso em ver que seu oponente era uma mulher. Mas a hesitação de alguns instantes foi o suficiente para ela. Marla com grande facilidade atingiu-lhe o queixo com um pontapé certeiro jogando-o contra a parede da casa. Ele bateu de costas e quando, pela força do impacto, avançou novamente encontro a lâmina de uma espada que atravessou-lhe o ventre.
“- Vamos Thânara, rápido!” – Thânara estava começando a recobrar a respiração normal mas estava ciente de toda a urgência nas palavras de Marla.
“- Stu está lá dentro ainda!”
“- Allianthalas foi ajuda-lo”.
Realmente Stu estava lá dentro ainda. Ele permanecia oculto dentro da lareira do escritório. Sua única chance seria chegar à porta dos fundos. Calculando que a maioria das atenções estavam concentradas no segundo andar ele tomou coragem e esgueirou-se da abertura da lareira rapidamente em direção à porta que fazia divisa com o aposento dos fundos da casa.
Quando atingiu a porta e estava prestes a abri-la sentiu um zunido passar rapidamente por sua cabeça quase acertando-o. Era uma seta atirada de um besta que estava agora presa à porta. Quando virou-se viu que um guarda estava pronto para jogar mais um projétil. Ele sabia que não teria tempo de uma reação.
Com um solavanco a porta, à suas costas, abriu repentinamente. Um enorme clarão surgiu numa explosão luminosa sem som algum. Era a distração que proporcionou os instantes que Stu precisava.
Tudo aconteceu muito rápido. Fora uma fração de segundos. Stu jogou-se para fora da linha de tiro do guarda arremessando duas pequenas lâminas que pegara em seu sinto. Ao mesmo tempo o guarda conseguiu atirar uma nova seta, mas que passou sem atingir o pequeno goblin. Logo depois o corpo do soldado estava estirado no chão com as duas lâminas cravadas em seu pescoço.
O goblin levantou-se rapidamente e correu para a porta para agradecer à Allianthalas pela distração. Mas a seta do guarda havia encontrado um outro alvo. Allianthalas estava sentado no chão com a seta cravada em seu ombro. O semblante do elfo era de muita dor.
“- Vamos lá orelha pontuda, temos de sair daqui e eu não posso te carregar” – mesmo sendo um goblin Stu aprendera a respeitar seus companheiros e não iria deixar nenhum deles para trás.
“- O que aconteceu?” – Marla e Thânara dobravam a lateral da casa e chegavam onde os dois estavam.
“- Alli, precisamos de uma distração para escaparmos e tirar você daqui, AGORA!”.
Allianthalas franziu a testa tentando esquecer a dor. Fechou os olhos e gesticulo proferindo algumas palavras quase inaudíveis.
Conseguiram a distração. A neblina estava mais densa agora e engolia mais de uma quadra ao redor deles. Ela engoliu à todos e com ela desapareceram definitivamente.
o O o
O papel do grupo de Thânara estava realizado. As informações estavam agora correndo contra o tempo para tentar salvar mais uma alma desafortunada. Mesmo com toda a confusão daquela noite e dos ferimentos de Allianthalas eles iriam lembrar e rir daquela situação por meses.
O que mais os divertia foi que a notícia que correu a cidade nos dias posteriores dava conta de que a capital fora invadida por uma guilda de ladrões que usavam prostitutas entre seus membros.
“Onde menos se espera é onde a informação está!”.
- Arthir Rhaster – filho de Thânara e mais silencioso que uma sombra.
Este é um grupo cujo nome já diz tudo - obtenção de informações. A função básica é angariar informações secretas e importantes para Ferren – tais como próximos locais de investida do regente, objetos desejados por ele por alguma razão, suas intenções frente aos Paladinos de Khalmyr, prisões etc. Toda a informação é relevante. Embora os membros que atuem neste grupo sejam de classes das mais diferentes possíveis, normalmente todos possuem algum elemento importante relacionado ao mundo dos ladinos (as perícias Esconder-se, Furtividade e Disfarce são elementos quase que indispensáveis para fazer parte deste grupo) ou uma característica que seja importante para sua função.
Sua líder, Thânara Rhaster, ladina de muita experiência e grande aptidão, orienta esta ramificação e seus membros – inclusive seu filho de doze anos, Arthir – para a obtenção de toda informação possível. Com ela e seu filho estão o goblin Sturky, que com um vasto conhecimento da cidade consegue achar uma agulha em um palheiro (sem redutor algum!). Desde que teve sua vida salva por um mago, que se entregou à milícia de Portsmouth para salva-lo, Sturky integra o grupo com uma noção de justiça poucas vezes encontrada em sua raça. Há também Marla Dylmoore, uma guerreira de pouca paciência, mas com uma grande habilidade em esgueirar-se pelas sombras. Fechando o grupo há Allianthalas, um feiticeiro meio-elfo.
Seguem o lema de entrar e sair dos lugares sem que percebem que estiveram ali. Até para não levantarem suspeitas tentam não tirar a vida de ninguém sem necessidade extrema.
Sua sede é no interior do Cotovelo Cerzido, uma alfaiataria de renome que pertence à Thânara e que está localizada bem no centro da capital de Portsmouth. Nela, e em seus subterrâneos todas as estratégias são preparadas. Também serve como local alternativo para reuniões dos líderes dos quatro grupos dos Caçadores.
A líder
D20
Thânara Rhaster: Humana Ladina 13; CB; DVs 13d6+10; PVs 79; Inic +10; Desloc 9m; CA 19 (10 + 6 Des + 3 Acolchoada); Agarrar 11, Toque 16; BBA +9/+4; Surpresa +13; Ataques: +18 corpo-a-corpo (adaga do retorno, 1d4+5 19-20/x2) e a outra +17 (+19 contra humanos) corpo-a-corpo (adaga anti-criatura, 1d4+4 - 1d4+6 +2d6 contra humanos - 19-20/x2); Fort +5, Refl +16, Vont +7; For 14 (+2), Des 22 (+6), Com 12 (+1), Int 17 (+3), Sab 16 (+3), Car 16 (+3). Perícias: Furtividade + 23, Blefar +18, Arte da Fuga +31, Disfarce +20, Esconder-se +37, Obter Informação +21, Procurar +18, Conhecimento Local +16, Observar +17, Ouvir +14, Prestidigitação +19, Diplomacia +17, Falsificação +15, Escalar +12, Identificar Magia +8; Perícias com Maestria em Perícia (efeito especial ladino 10º nível) Furtividade, Blefar e Esconder-se, Identificar Magia, Ouvir e Observar, idioma Valkar. Talentos: Reflexos Rápidos, Acuidade em armas, Foco em arma (adaga), Saque rápido, Iniciativa Aprimorada, Sorrateiro. Talento regional: Faro para Magos [Portsmouth]. Especiais: Ataque furtivo +7d6, Encontrar armadilhas, Evasão, Sentir armadilha +4, Esquiva sobrenatural aprimorada, Habilidade especial: Maestria em perícia em Furtividade, Blefar e Esconder-se, Habilidade especial: Amortecer impacto.
Equipamento: Adaga do retorno +3 e adaga anti-criatura (humanos) +2, Anel da Invisibilidade, Anel Poder do Camaleão, Armadura leve acolchoada +3 sombra (+5 Esconder-se) Slick (+10 Arte da Fuga).
3D&T
F1 H5 R2 A1 Pdf3 Pvs:8 Pms:10 Aparência inofensiva, Crime C.H dos Heróis, Devoção (Derrotar O velho Abutre) Protegido indefeso (Seu filho) Equipamentos: Arma especial, Adaga do Retorno
O Grupo:
Marla Dylmoore – D20: Humana guerreira 7/ladina 3; CB.
Allianthalas - D20: Meio-elfo feiticeiro 10; CB.
Sturky - D20: Goblin ladino 4/ranger urbano 8; N.
Arthir Rhaster - D20: Humano ladino 5; CB.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Material de Apoio - Navegação 7
Muito do que sempre imaginamos sobre os piratas não condiz com a realidade, mas outro tanto é bem real. O pirata é aquele marujo intrépido, pronta para novas aventuras, corajoso e alegre. Sua honra e seu senso de Robin Hood mal compreendido gerava suspiros e admiração em todos os portos por onde passassem. Mas isto não era bem assim.
Os piratas mostraram-se, sempre, como um perigo à civilização de sal época. Eles estavam à margem da ordem vigente. Ele era livre. O único verdadeiramente livre em sua época. Eram combatidos por representarem uma alternativa impensada para a época. Foram um reflexo das fraquezas de uma forma de estado relativamente nova.A pirataria não foi um tema, então, romântico. Foi um caso militar, um caso de Estado. Um caso de preocupação e de dor.
Os navios usados pelos piratas eram invariavelmente rápidos e ágeis, na maior parte das vezes não muito grandes. Possuíam lastros leves e cascos untados com sebo que pudessem proporcionar grandes velocidades numa menor resistência com a água.
Butim
Podemos dizer que o elemento centralizador da vida pirata era o butim. Resumidamente podemos descrever o butim como toda e qualquer coisa que o pirata pudesse colocar as mãos quando de uma investida contra outro navio ou vila costeira. Quando da captura deste butim ele pertence ao grupo, mas sob os olhos do capitão.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Livros
Inspirado em obras como Guerra nas Estrelas e Senhor dos Anéis, a obra narra o aprendizado do jovem Eragon como um cavaleiro de dragões, e suas longas e cansativas viagens por toda Alagaësia, onde ele acaba por aprender a manejar uma espada e a usar a estranha Língua Antiga, a linguagem do poder, modo como a magia flui naquela terra.
sábado, 11 de outubro de 2008
A porta foi jogada, espedaçada, sobre Slocun, lançando-o a uns bons três metros. Todos ficaram atônitos. A impressão que tinham é de que acabara de haver o estouro de uma manada e que o primeiro touro começara a sair. De dentro surgiu uma criatura – só assim que eles conseguiam descreve-la – enorme e veloz.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Mega-saga na Marvel
Enquanto isso no mundo dos blogs...
Novas modas surgem e desapaprecem como num passe de mágica, todos os dias, e nem sempre elas valem a nossa atenção. Mas algumas vezes, raríssimas vezes, temos gratas surpresas com elas. Pode-se dizer que a nova onda dos D&Diotas é uma delas.
Dias atrás, no blog do Trevisan, o JM posto uma série de cenas cômicas baseadas no universo D&D (e afins) valendo-se apenas de criatividade, imaginação e miniaturas de rpg. O resultado foi inesperadamente hilário. Causou um impacto muito interessante levando outros à seguirem os passos dele e lançarem as suas próprias cenas cômicas.
Foi o caso do blog Desafio dos Dragões.
E não deve ter parado por aí... Muitos outros devem estar matutando, e até postando, mas ainda não encontramos... Exercite sua criatividade e faça os outros rirem!!!
Para constar: a primeira e a terceira garvura são do blog Desafio dos Dragões, e a segunda é do blog do Trevisan.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Material de Apoio - Navegação 6
O custo de um navio em Arton – realidade ou fantasia?
Nem sempre é fácil transpormos o tipo de análise, da feita no artigo anterior, para um cenário pronto como o de Arton. Nunca é demais lembrar que um cenário de rpg é uma fantasia. Até pode ser baseado (ou ter aspectos) na realidade, mas não necessariamente precisa ser fiel à realidade. Minha intenção, aqui, é dar mais possibilidades aos jogadores e contistas.
Uma das primeiras coisas que descobrimos sobre Arton é de que sua população não tem uma grande empatia com a vida no mar. No que diz respeito aos elementos centrais – as raízes das estórias e seus enredos – há uma enorme centralização na vida em terra. Desde os exércitos goblinóides de Arton-sul e sua movimentação rumo ao norte até os pontos de Tormenta salpicando hora aqui, hora ali, todas as aventuras centralizam-se em terra.
Em minha opinião particular, se não fossem as histórias da Holy Avenger, que introduziram a vida pirata, não teríamos elemento algum que nos direcionasse com mais ênfase para o mar. Para não dizer que a vida no mar foi totalmente esquecida há, claro, as referências históricas para a navegação em Bielefeld, seu contato com os nativos de Khubar e o ataque do rei-dragão Benthos.
Lógico que isto vale para o início do cenário. Com o desenvolvimento da história de Arton tudo ficou diferente. Lembrando até o que o Cassaro diz nas primeiras páginas do novíssimo 3D&T Alpha, os jogadores são insistentes (e persistentes) quando querem ou gostam de algo. E ninguém vai negar que toda a aura da vida no mar, aventuras dentro de enormes navios armados, pilhagens e pirataria ou aventuras de descobrimento em um convés sempre inundaram o imaginário dos rpgístas.
Então, com o tempo, as coisas mudaram. A crescente demanda nas mesas de jogo, nos fóruns e em conversas informais culminou com o lançamento de Piratas & Pistoleiros. Todo um suporte para personagens que vivessem da pirataria ou do mar (preparado para o cenário de Tormenta) estava ali - muito embora eu considere que este suplemento acabou saindo mais pela necessidade de ambientação do swashbuckler do que pelo amor à vida de maresia.
Mesmo com este lançamento não podiam fugir das diretrizes criadas pelos próprios autores ainda nos primórdios do cenário: a vida no mar era algo quase estranho ao modo de vida dos artonianos. Baseando-nos nisso podemos imaginar que tudo que tem relação com o mar e com seu suporte é raro, caro e escasso.
Vamos começar pelo navio em si. No último artigo desta série eu mostrei a enormidade de matéria-prima necessária para a produção do casco de uma única embarcação. Vamos levar em conta dois aspectos. Primeiro, de que as cidades costeiras do Reinado são num número bastante reduzido (claro que estou me baseando em informações recolhidas em revistas e obras de referência, o que pode ser bem diferente das ambientações que realizamos para nossas seções). Segundo, a pouca ligação dos artonianos com a vida no mar.
Estes dois aspectos já implicam numa produção mínima de navios. A produção da maioria das matérias-primas, necessárias para a criação de um navio, tem em Arton um volume muito pequeno. Essa dificuldade (ou desinteresse) de aquisição, aliada a baixa procura, encareceria em muito o valor final deles. Ora, não é qualquer ferreiro em uma cidadezinha costeira que teria como produzir milhares de pregos e cravos metálicos facilmente.
Procurando pelos valores dados em P&P uma nau sairia por cerca de 30000 peças de ouro (ainda abaixo em quase quarenta por cento dos dados históricos). Transpondo isso para um cenário com a conjuntura do Reinado é bem provável que o valor subiria consideravelmente, indo bem além dos apresentados no último artigo de quarenta e nove mil peças de ouro.
O raciocínio que faço é simples. Num ambiente sem a demanda para produção de frotas o valor seria quase absurdo. Lógico que estou me referindo à embarcações de grande porte. Isso não vale para veleiro e embarcações rápidas e pequenas para comércio. Assim as embarcações de grande porte seriam um privilégio de muito poucos.
Essas dificuldades só seriam superadas, num cenário destes, por um reino que tivesse interesse neste tipo de produção. Um reino poderia criar condições para formar uma insipiente indústria naval gerando formas para produzir e adquirir matérias-primas. Os recursos financeiros e mão-de-obra de que dispõem seriam o diferencial para isso.
Em suma, no que diz respeito à Arton, tudo relacionado à navegação é muito mais difícil. Seria muito mais lógico, então, que os navios e frotas fossem quase uma exclusividade de Tapista e do Reinado (centralizado em Deheon). Ao mesmo tempo poderíamos ter uma considerável quantidade de pequenas embarcações (muito provavelmente comunitárias) para comércio de mercadorias.
A questão da pirataria seria muito mais rara do que imaginamos. Ao meu ver a aquisição de navios, para este fim, estaria intimamente ligado ao puro surrupio de embarcações desavisadas. É pouco provável que alguns aventureiros viessem à encontrar um lugar onde pudessem trocar seu zilhão de moedas de ouro por uma lustrosa embarcação.
Não quero, de maneira alguma, acabar com a ilusão dos jogadores e amantes do rpg. Estou apenas realizando um exercício de raciocínio para quem desejar usar. Eu mesmo no meu romance que posto aqui na Confraria – “Por Mares Nunca Antes Navegados” – não me utilizo desses entendimentos em prol do realismo. Procura a pura fantasia na história que conto. Isto vale para todos os que estão lendo. Eu sempre gostei de alternativas e possibilidades. Estou tentando trazê-las aqui.