domingo, 26 de outubro de 2008

Material de Apoio - Navegação 8

Material de Apoio - Navegação


A pirataria em Arton

Mas então o que fazer com relação a personagens piratas em Arton ou em contos ambientados neste cenário com este estereótipo?

Vou repetir o que já disse mais de uma vez nesta série de artigos. Não existe uma forma correta. Existem tantas formas quanto tipos de jogadores. Como já disse, minha intenção é suprir jogadores e contistas com elementos que podem ou não usar. Se os jogadores ou mestre querem maior realismo (ou proximidade histórica) podem usar as informações daqui sem alteração. Mas, se preferirem algo mais livre, podem adaptar da forma que melhor desejarem. O que conta é a satisfação dos rpgístas.

Hoje vou colocar a forma mais provável dos piratas, em Arton, em contraposição aos piratas da nossa história. Não vou criar nada completamente novo sobre isto, pois já foi muito bem abordado em Pistoleiros & Piratas (Jambô Editora). Mas nunca é demais tentarmos aprofundar um pouco mais.

Primeiramente não podemos deixar de lembrar que toda a vida de aventuras em alto mar é elemento relativamente raro em Arton. Os artonianos nunca tiveram grande interesse em se enveredar pelo reino do grande deus Oceano. Por isso mesmo a existência de piratas é muito rara. Tanto que as referências à eles ficam restritas ao lado oeste de Tyrondir. Dificilmente iremos cruzar com um deles numa aventura.

Os piratas de Arton são bonzinhos? Difícil responder. Um pirata, por si só, já é um vilão, um ladrão ou assassino. Mas os jogos de rpg em mundos de fantasia dão uma roupagem diferente para isso. Acho que podemos colocar que o que muda são as motivações. Na história real (como apresentado no último artigo) as motivações são as mais baixas e vis possíveis. Eles se juntavam numa espécie de contrato por um período estipulado procurando riquezas, riquezas e mais riquezas. Não importa o que tivessem que fazer para conseguir isto ou sobre quem tivessem que passar por cima. Considero que este tipo de pirata existe em Arton, mas estes seriam os vilões propriamente ditos do cenário – e sim, eles existem por lá

Mas os piratas que todos querem ter como personagem são diferentes. Nosso imaginário está repleto de modelos que foram criados com personagens como Simbat (tanto os filmes da década de sessenta ou o desenho da Disney), a tripulação do filme Mestre dos Mares ou até Jack Sparrow e cia. Todos eles têm o mesmo elemento. Eram anti-heróis. O que isto quer dizer? Quer dizer que embora eles tenham motivações de ganhos e enriquecimento, sejam fanfarrões e mal-humorados, e tenham a incrível capacidade de sempre irritar a pessoa errada, mesmo com tudo isso, seguem de alguma forma um código de honra. Eles podem ser extremamente cruéis contra seus inimigos e até roubar descaradamente comerciantes desavisados, mas sempre têm limites para isso. Na hora H eles sempre tentam fazer a coisa certa. Não deixarão ninguém na mão por um punhado de pedras preciosas – bom, quase ninguém e claro que, se eles conseguirem ajudar e ficar com as pedras preciosas ao mesmo tempo, melhor!

O carisma destes piratas ‘bonzinhos’ cativa-nos. Tanto que em nosso imaginário transformamos horrendos e temidos bandidos históricos em personagens que ansiamos em representar. Este é o pirata que em muitos casos vamos encontrar em Arton (claro que vou ressaltar que o são para aqueles mestres e contistas que enveredam pela velha e boa fantasia). É um personagem com código de honra e sempre à procura de mais uma aventura. É um personagem que sai atrás de tesouros não só pela riqueza, mas pela emoção da procura e da conquista. São uma tripulação que age como uma família se odiando e se amando, mas sempre junta, onde o elemento de união está no doce sabor do desconhecido e na emoção de encarar o perigo de peito aberto. Este é o pirata que todos queremos representar e que com toda a certeza vamos encontrar em Arton.

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