segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Dica de jogo

Tenha paciência, com seu mestre...

Muitos grupos vivem verdadeiras guerras entre jogadores e mestres. Mestres levam ao extremo seu poder de controlar o jogo enquanto jogadores levam ao pé da letra o termo liberdade.

Uma forma de pedantismo, por parte dos jogadores, os faz criar um clima de disputa entre poderes quando o jogo começa. Se é consciente ou não isso varia para cada grupo. O certo é que ele, muitas vezes, existe.

Sejamos sinceros. Nenhum jogador de rpg é burro. Ninguém é. É fácil identificarmos logo no início do jogo que tipo de ação o mestre espera de nós, ou qual o caminho que ele calcula que vamos seguir. Isso é o bastante para que o jogador escolha o caminho contrário. E as desculpas são sempre as mesmas – “estou seguindo o perfil de meu personagem” ou “ele tem liberdade para fazer qualquer coisa” ou ainda “quem disse que ele não pode ir por ali?”.

Assim horas de preparo foram colocadas no lixo em uma simples ação. Como mestre eu me lembro de muitas vezes criar um grande cenário para boa parte de uma campanha. Mas logo no início do jogo alguns “espirituosos” jogadores simplesmente faziam tudo às avessas. Ou ainda, quando não podem sair da “rota” criada pelo mestre, eles começam a atuar de uma forma totalmente fora do padrão.

Lógico que isso não é uma regra. Existem muitos bons jogadores. Muitas vezes isso acontece com apenas um membro dentro de um grupo todo. Mas é o suficiente para criar um desequilíbrio perigoso no jogo, arriscando até mesmo a integridade da aventura.

Quero deixar claro que não estou tentando colocar cimento sobre o jogo e não deixar que se faça mais nada. Em absoluto. Estou criticando aqueles que exageram ou que se valem das possibilidades do jogo para ir além do necessário, ou simplesmente pelo prazer de complicar algo tão simples quanto o RPG.

Mas podemos fazer alguma coisa quanto à isso? É claro que sim. E não é nada tão complicado assim.

Primeiro uma dica para o mestre. Não fique tão preocupado em ter tudo esquematizado, passo a passo, no papel. Não esqueça que RPG é um jogo extremamente dinâmico. A sua principal característica é a possibilidade de liberdade e ela deve ser respeitada. Tente criar jogos leves. Não é necessário perdermos horas em minuciosos elementos. Se formos gerais, podemos facilmente contornar fugas de nossos jogadores.

Outra coisa. Não é preciso ficar emburrado ou de bode amarrado apenas por que você vai perder horas de preparação por causa de um engraçadinho. Lembre-se de que você é o mestre e que tem um poder inimaginável dentro do jogo. Sempre é possível, e até mesmo bem simples, recolocar nossos tutelados de volta no caminho.

Aos jogadores tenho a dizer que não é necessário medir forças com o mestre. Um pouco de boa vontade é muito importante para o bom andamento do jogo. A liberdade que o RPG nos disponibiliza, na mesa de jogo, pode e deve ser usada para garantir a diversão e nunca para criar obstáculos.

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