Material de Apoio – Lâminas
- Adagas e Punhais 01 –
- Adagas e Punhais 01 –
Vamos fazer uma pausa no segmento sobre espadas, até mesmo porque a grande maioria e as mais significativas espadas ocidentais já foram apresentadas. Vamos pincelar agora um outro tipo de lâmina – as adagas e os punhais.
Para esclarecer os desavisados, adagas, punhais e facas são coisas diferentes. Uma faca é qualquer instrumento cortante composto por cabo e uma lâmina curta. As adagas e punhais seriam facas mais longas. A adaga, mais longa ainda que o punhal, possui normalmente fio nas duas beiradas da lâmina.
Historicamente podemos afirmar que desde a época que os homens começaram a criar instrumentos para defesa ou uso, no sei dia a dia, as facas foram dos primeiros a surgir. Inicialmente era simplesmente um pedaço de pedra lascado, e depois polido, sem cabo. Sua ação era muito mais pelo impacto com a parte mais aguda dela do que por uma superfície afiada.
Com o advento do metal elas foram das primeiras manufaturas feitas, juntamente com as pontas de lanças. Por toda a era dos metais elas foram evoluindo recebendo tamanhos que variavam entre 10 cm de lâmina à quase trinta cm. No início não possuíam um cabo diferenciado da lâmina, sendo ele uma extensão de metal.
Por toda a Antiguidade, passando pelo Medievo e chegando aos nossos dias, as adagas e punhais mudaram muito pouco no que diz respeito à sua forma. As lâminas variaram um pouco na largura e comprimento, ou até mesmo recebiam uma forma um pouco diferente para sua lâmina, mas nada que alterasse sua funcionalidade. As maiores modificações ocorreram com relação aos cabos (ou empunhaduras) demonstrando um grande interesse estético neles.
Quanto ao uso as coisas aconteceram de forma diferente. Sempre presente nos afazeres da população como um todo as adagas e punhais faziam parte do dia a dia do ser humano tanto nos trabalhos cotidianos quanto para sua defesa. Mas sempre de forma secundária. Nas lutas corpo a corpo por toda a Antiguidade elas sempre foram um aparato que complementava o lutador, mas não como ponto principal. O elemento central era a força física onde a pequena lâmina estava presente apenas como mais um elemento. No início da Idade Média as coisas não eram diferentes. Com suas espadas pesadas e longas, as adagas serviam mais como utensílio do que como armamento.
Mas neste ponto as coisas começaram a mudar um pouco. A pessoa comum da cidade ou o camponês desprotegido do interior precisavam de algo que lhes desse segurança. Poucos tinham condição de um treinamento descente na arte do manejo da espada. E quase nenhuma proteção oficial era dada na maior parte das localidades – fora os castelos e grandes cidades a proteção era pífia. Por esses motivos pequenas técnicas de combate com as adagas e punhais foram sendo criadas.
Com o transcorrer da Idade Média e com a criação de verdadeiros manuais de manuseio de espadas, aliado a diminuição de seu peso delas e o aumento equivalente de sua velocidade, as adagas e punhais começaram a receber mais atenção. Elas já haviam ocupado vagarosamente um lugar na cintura dos espadachins e soldados conforme o peso das pesadas ia diminuindo servindo como apoio à defesa do soldado. Com o surgimento e grande desenvolvimento das rapiers as adagas e punhais receberam definitivamente a atenção merecida.
Igualmente receberam manuais aprimorando seu uso e técnica de combate – armado ou desarmado – passando de acessório para equipamento principal e independente.
Esse caminho seguido pelas adagas e punhais seguiu esta linha principalmente pelo ocidente europeu. No extremo oriente – os atuais Japão, China e Índia, e até mesmo no Oriente Próximo em locais como a Pérsia ou nas infindáveis tribos de beduínos - sua importância já havia sido reconhecido quase mil anos antes. Técnicas que aliavam os complexos movimentos de luta corporal com a utilização desses instrumentos já eram passados de geração para geração criando um enorme contingente de treinados guerreiros.
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