Livros na Confraria
A edição definitiva para Sherlock Holmes
Toda minha
infância foi rodeada de livros. Meus primeiros presentes significativos, quando
entrei na fase em que já conseguia ler, foram livros e mais livros. Me lembro
de explorar as prateleiras de meu avô e ficar maravilhado com as preciosidades
que ele possuía e que, com o passar do tempo, fui lendo. Nunca me esqueci de uma
edição do início do século XX de “A República”, de Platão, com folhas muito
grossas e papel amarelado que foi um de meus primeiros objetos de desejo e de
leitura.
Mas voltando
aos presentes, quando estava com meus doze anos, meu avô me presenteou com uma
coleção completa de Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle. Eram sete
volumes muito grossos na minha visão, mas que me ofereceram as melhores emoções
de que tenho recordação daquela época. Era o início das férias de verão e
passei aqueles meses entre uma aventura e outra.
Sherlock
Holmes e seu inseparável amigo Watson fazem parte de ótimas obras da literatura
que pode atingir qualquer idade. Textos descritivos que levam o leitor a entrar
nas jornadas analíticas de uma mente brilhante. Sempre recomendo para qualquer
um que deseje uma emoção diferente em tempos de Xbox e conectividade.
Estas obras estão
entre minhas obras favoritas, com certeza.
Então todos
vão entender quando dizer que quase caí para trás quando encontrei a fabulosa
coleção lançada pela Zahar das obras de Sherlock Holmes em uma versão que eles
chamam de definitiva (e tenho que concordar com isso).
A editora
lançou toda a coleção das obras de Conan Doyle em um formato de páginas e
letras grandes. Ele é magistralmente ilustrado com fotos e desenhos da época da
publicação original dos contos do autor em revistas como a Strand Magazine,
pela arte de desenhistas como Sidney Paget, em fins do século XIX. É um
trabalho primordial que dão um colorido especial àquilo que tínhamos apenas na
imaginação. Personagens, locais e monumentos ganham vida e transformam a
experiência de ler Sherlock Holmes em uma tarefa digna do êxtase. São quase
duzentas imagens à cada volume.
Mas não é só
isso. As obras vêm inteiramente comentadas enriquecendo cada ponto obscuro ou
dúbio da narrativa com informações que vão além da enciclopédica. Muito mais do
simples notas de rodapé os quase 400 comentários de cada edição se valem de
obras consagradas da historiografia mundial contemporânea de autores renomados
descortinando cada detalhe dos livros.
Para terminar,
as edições começam com uma brilhante prefácio do famoso escritor John Le Carré
e com uma introdução para fornecer uma ambientação histórica aos leitores.
Se já não
bastasse o prazer de ler Conan Doyle, nestas condições que a editora Zahar nos
fornece, agora é quase uma obrigação. Mesmo o valor sendo relativamente
salgado é, como já disse, uma obra definitiva.
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