Quadrinhos da Confraria
Bombshells, da DC
- heróis femininos e feministas retrô -
Uma
maravilhosa descoberta, que não é tão nova assim pois foi lançado ainda em 2015,
é o quadrinho Bombshells, da DC Comics. Você poderia me perguntar: mas o que
ele tem de tão interessante assim?
Imagine
uma série de HQs usando os personagens clássicos da DC em meio ao período da
Segunda Guerra Mundial e fazendo homenagem às mulheres no estilo pin-ups das
gravuras dos anos quarenta. E não é só isso. A primeira coisa que viria à nossa
mente quando falássemos no estilo pin-up seria uma hipersexualização das mulheres
cheias de curvas avantajadas e biquinhos com batom vermelho. Mas a DC não
pensava nisso, tanto que deixou o projeto nas mãos de uma equipe criativa de
competentes mulheres que enxergavam muito além.
Com
argumentos de Marguerite Bennet e arte conceitual de Marguerite Sauvage o
projeto buscou definir essas releituras das personagens baseando-as não no
visual sexualizado, mas em seus papéis na onde de nas mudanças impostas à
atuação da mulher durante o período da Segunda Guerra. E isso já fica claro nas
primeiras da edição #1. Ela começa com Bruce Wayne passeando com seus pais no Beco
do Crime na antológica cena de origem do personagem. Mas quando o criminoso
chega para a ação fatídica que dará origem ao Batman, ele é impedido pela
BatWoman. A mensagem é clara: não precisamos de um Batman, temos as meninas
para o trabalho duro!
Tudo
é repensado e recriado nesse universo. Kate Kane é Batwoman que divide sua vida
entre ser jogadora de basebol da League of Their Own e patrulhar a cidade à
noite. Sua preocupações se dividem em seu papel na sociedade como atleta e
justiceira, e em seus relacionamento com Maggie Sawyer (algumas das cenas mais
singelas e divertidas). Kortni Duginovna e Kara Starikov são, respectivamente Stargirl
e Supergirl e ambas fazem parte do grupo de pilotas Bruxas da Noite e tendo que
viver com o preconceito russo por serem alienígenas. A Mulher Maravilha também
está na série com uma história quase idêntica à original, mas com detalhes
sutis que fazem a diferença.
A
arte é belíssima e com um cuidado que apenas competentes artistas poderiam dar.
Marguerite Sauvage deu o tom conceitual da série de quadrinhos, e muitas outras
artistas entraram no projeto para continuar e manter seu conceito – Laura Braga,
Bilquis Evely entre outras.
Como
dito muito bem por Oliver Sava no site Aux-AVClub: “Com uma história cativante
e belas obras de arte, DC Bombshells aproveita ao máximo seu conceito retrô,
destacando a força feminina em relação à sensualidade para criar uma nova e
emocionante conquista das mulheres da DC Comics”.
A
primeira edição foi lançada nos Estados Unidos em outubro de 2015 e já conta
com 30 edições lançadas (até agosto de 2017). Elas estão sendo relançadas em
encadernados de capa mole de seis em seis edições. O que posso dizer que é uma
ótima notícia é de que a Panini Brasil pretende lançar em breve no Brasil, mas
sem data confirmada!
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