Pathfinder Segunda
Edição
Conto: Escolta
Diplomática
“Normalmente,
quando uma patrulha é enviada para escoltar um diplomata, eles podem cuidar de
si próprios!”
Amircia
estremeceu, levou um momento para recarregar sua pistola e mirou nos ...olhos? ...mãos?
...olhos-mãos do Blood Painter¹ mais próximo a ela. “Normalmente, nossas
patrulhas não são cercadas por aberrações.” Um tiro certeiro direto pelo
apêndice e ela já estava se movendo com seu facão para cortar o membro ferido.
Rahaksenwe
bufou, ajustando o controle da spider gun². Ela respirou fundo no ritmo da
pulsação da arma e disparou, cobrindo outro blood painter com teia.
Aproveitando a imobilização da criatura que gritava, ela se aproximou, pisando
em seu torso e atirou “É interessante para mim que você não precisava de uma
escolta para Port Valen, mas você sentiu que eu precisava de uma escolta para
Jolizpan. À sua esquerda!”
“E
claramente eu estava certa!” Amircia se virou a tempo de pegar os dentes da
aberração em torno de sua lâmina em vez de seu ombro. Uma oração murmurada sob
sua respiração enquanto posicionava sua pistola ao lado do facão, eliminando
outro blood painter com um tiro. Ela se virou, mirando em outra das criaturas
antes que ela pudesse alcançar Rahaksenwe e praguejando quando ouviu o clique
audível de sua pistola emperrando.
“Entendi!”
Rahaksenwe deu meio passo para trás, ajustando a spider gun mais uma vez para
disparar teias nos pés do blood painter, fazendo-o tropeçar nas raízes da
árvore.
Amircia
aproveitou a falta de jeito da criatura, terminando com seu facão antes de tomar
um momento para recuperar o fôlego e olhar ao redor.
“Parece
que sim, embora eu já tenha me enganado antes.” Rahaksenwe se encostou em
uma árvore e sentou-se, soltou um suspiro e colocou a spider gun de volta no
lugar apropriado nas costas. “Você trabalhou bem, obrigada”, disse ela
suavemente, sentindo sua conexão com a criatura da qual ela fez a arma.
“Você
está ferida?” Amircia olhou para a outra mulher, preocupada com seu
bem-estar e querendo estar em movimento o mais rápido possível.
Rahaksenwe
balançou a cabeça, levantando-se. “Não, graças a Desna. Eles pegaram sua
patrulha de surpresa, mas quando eles se revelaram eu já estava armada e pronta.
Quanto falta até a cidade?”
“Um
pouco menos de um dia. Estranho que eles atacassem tão perto da cidade e não
viessem atrás de você quando você estava sozinha.” Amircia cutucou uma das
bolsas dos blood painters e franziu a testa, balançando a cabeça. “Estranho
que eles estejam aqui, realmente.”
“Talvez
a beleza do horizonte os tenha atraído aqui.” Rahaksenwe gesticulou para um
espaço pequeno e claro nas árvores. “Por aqui você pode ver o contorno da
cidade contra as montanhas. Tirou sem fôlego. Talvez eles quisessem torná-la
deles... também.”
Amircia
a seguiu até a clareira e sorriu, olhando para o contorno de Jolizpan. “Talvez.”
Ela olhou de volta para a cena que eles haviam deixado para trás e ficou
sombria. “Devíamos estar em movimento. Eu não quero atrair qualquer outra
criatura e eu terei de organizar uma patrulha maior e mais bem treinada para
voltar e buscar nossos soldados.”
Rahaksenwe
acenou com a cabeça solenemente, ajustando sua mochila e gesticulando para
Amircia liderar o caminho. “Lembre-se, eu não tenho os pés tão firmes quanto
você. Deixe uma mulher velha acompanhar.”
“Sua
arma.” Amircia comentou depois que eles caminharam por algum tempo. “É
uma arma de fera.”³ Ela olhou de soslaio para Rahaksenwe, sua declaração
tanto uma pergunta quanto uma declaração.
“Correto.
Eu herdei ela da minha avó.” Rahaksenwe desembainhou sua spider gun,
sentindo-a ficar quente ao seu toque quando a magia foi ativada. “Ela estava
lá para me ver partir em minha caça para encontrar a aranha ogro* e ela estava
lá para me receber de volta com ervas e sopa quando eu voltasse com os
componentes necessários.” Ela sorriu um pouco com a memória antes de
colocar a arma no coldre mais uma vez...
“Então,
ela também era uma pessoa que avaliava o campo de batalha antes de disparar um
único tiro?” Amircia perguntou, ajustando seu cocar depois de se abaixar
sob um galho oscilante.
Rahaksenwe
assentiu com a cabeça, enxugando o suor da testa. “Ela era. Ela me ensinou a
olhar e ouvir antes de atirar e a ter certeza de que eu me mantinha em
vantagem. Não como meu sobrinho, que passa o ano todo com sua arma gritante**
que ele construiu com um urso-coruja da neve.”
“Sua
avó supervisionou o ritual dele também?” Amircia perguntou curiosa, usando
seu facão para limpar o caminho diante delas. O sol estava começando a descer
no horizonte, e ela não gostou do silêncio estranho que caiu sobre a selva
junto com as nuvens de tempestade no alto. Parecia que as criaturas na selva,
geralmente tão tagarelas e ocupadas antes de uma tempestade, estavam se
preparando para algo grande.
“Não.”
Rahaksenwe suspirou, balançando a cabeça. “Ela já tinha nos deixado quando
ele tinha idade suficiente para caçar sozinho. Supervisionei seu ritual. Estou
orgulhoso dele, mesmo que ele seja muito arrogante para seu próprio bem. Faz
sentido que sua arma o tenha escolhido.”
Amircia
riu antes de parar e inclinar a cabeça. Ela estendeu o braço, parando
Rahaksenwe em seu caminho. “Você ouviu isso?”
“O
trovão?”
Amircia
balançou a cabeça, os brincos tilintando suavemente. “Os gritos. Parece
algum tipo de dragão.”
Rahaksenwe
levou um segundo para ouvir antes de franzir a testa e sacar sua spider gun. “Você
tem mais balas?”
“Eu
sempre tenho mais balas. Você tem mais energia?”
Rahaksenwe
esboçou um sorriso, largando sua mochila e se posicionando ao lado de Amircia
enquanto o som de folhagem caindo e passos trovejantes se aproximava. “Sempre
tenho mais energia para uma boa caçada. Mostre o caminho, velha amiga.”
-
Shay Snow
¹
Blood
Painter – do suplemento Bestiary 3, monstro, página 33
²
Spider
Gun - do suplemento Guns & Gears, equipamento, página 155
³ Beast Gunner –
do suplemento Guns & Gears, página 130
* Ogre Spider –
do suplemento bestiary 2, monstro, página 249
** Scream Shooter –
do suplemento Guns & Gears, equipamento, página 155
Shay Snow é uma autora
e editora freelance nativa americana agênero. Contribuíu para a
Pathfinder, Starfinder e Coyote & Crow como autora, editora, playtester e roladora
de dados.
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