segunda-feira, 30 de maio de 2016

Quadrinhos na Confraria: Capitão América, um traidor


Quadrinhos na Confraria
Capitão América, um traidor

O Capitão América não é quem pensávamos. Esta notícia caiu como uma bomba sobre os fãs da Marvel e de um de seus maiores ícones – Steve Rogers/Capitão América.

A revista Steve Rogers: American Captain #1, lançada no último dia 26 de maio, nos Estados Unidos, inaugurou um arco novo e estrondoso arco assinado pelo roteirista Nick Spencer, com arte de Jesus Saiz. Neste arco descobre-se que o Capitão América fora um agente infiltrado da Hydra desde sempre. Esta descoberta foi perturbadora já que o Capitão América, defensor da justiça, sempre representou tudo de valoroso que havia na humanidade enquanto a Hydra seria seu completo antônimo, diretamente ligado ao nazismo.


Tão logo a revista foi lançada e as críticas e debates começaram e os executivos da Marvel, para atiçar ainda mais is fãs, declarou que este é sim o verdadeiro Steve Rogers, sem a possibilidade de ser um clone, um ser de outra realidade, um impostor ou estar tendo sua mente controlada.

Quando você decide fazer algo como isto, você entende que as pessoas não vão fazer uma festa. Você entende que este é o tipo de história que irá magoar as pessoas, causar choque e deixar os fãs preocupados. É o tipo de resposta que você deve ter quando algo assim acontece, quando você está vendo algo ruim. Então, sim, é o tipo de resposta que eu esperava, mas em termos de magnitude e o quanto as pessoas estão reclamando, é algo surreal. Ultrapassou qualquer expectativa que eu tinha. Em termos de magnitude e o quanto as pessoas estão reclamando, é algo surreal”, declarou Nick Spencer ao Daily Beast.

As reações foram tão extremadas que inclusive ameaças de morte foram feitas à ele. Mas isso não o assusta, levando o caso com muito profissionalismo – “Eu penso que isto vem do fato de que este é um personagem bastante popular, principalmente após os filmes. É óbvio que ele representa muita coisa para muita gente. Eles investiram suas emoções no personagem, o que é algo bom. A pior coisa que poderia ter acontecido seria ver as pessoas indiferentes ou aceitando isso tranquilamente”.

Ele acrescenta que o arco não foi algo construído para destruir a imagem do personagem que acompanha a editora quase que desde a sua fundação, ainda nas primeiras décadas do século XX - “Veja, todo mundo que está trabalhando nesta história é fã do Capitão América, todos nós amamos o personagem. Eu sei que isso não é o que parece. Mas esta história é editada por Tom Brevoort, alguém que sempre protegeu o legado do personagem. Ele não me deixaria fazer algo que manchasse o legado do Capitão. É sempre complicado quando estamos neste ponto da história porque não podemos dizer aos fãs: ‘Tudo vai ficar bem!’. Porque, certamente, nem sempre é o caso. Mas eu penso que posso dizer de forma confiante que este é o caso com esta história. Nossa intenção e nossa esperança é fazer, de uma forma única, algo que reforce o que todo mundo sabe sobre o Capitão América, o poder que ele tem, o símbolo que ele representa. Estamos indo por um diferente ângulo, mas isso irá iluminar o personagem de uma forma que nunca vimos antes.

Esta primeira edição do Capitão América mostra flashbacks da juventude do personagem ainda nos anos 20, quando sua mãe é abusada e uma mulher misteriosa presta ajuda. Esta mulher em questão é uma representante da Hydra, que acaba filiando Steve para suas forças. Somos trazidos ao presente com o Capitão América aparentemente assassinando Jack Flag e dizendo as palavras malditas – “Hail Hydra”.




As teorias dos fãs sobre o como e o por quê disto são muitas. Alguns spoilers foram apresentados mostrando algumas páginas da segunda edição, onde há a promessa de respostas. Nessas imagens temos o Capitão América, possivelmente em mais um momento de flashback, lutando contra o Caveira Vermelha pela posse do Tesseract (Cubo Cósmico). Em meio a luta o Capitão América arranca o braço do vilão no momento em que ele segura o poderosos artefato, sendo logo depois destruído pelo escudo do herói. A questão é – teria o Caveira desejado algo, já que o poder do Cubo Cósmico é atender desejos ou seria essa mudança um efeito da destruição dele?

A teoria que parece ser mais coerente com relação às essas mudanças foi construída pelo crítico de quadrinhos Brett White, onde ele declara que tudo deve girar em torno do Cubo Cósmico. Na recente mega-saga Stadoff fomos apresentados à Kobik, o Cubo Cósmico censciente. Na saga ela concedeu novamente os poderes de Steve Rogers, trazendo-o de volta à ativa. Quando isso aconteceu um outro personagem estava por perto - o barão Zemo. E foi justamente para Zemo que Rogers declarou lealdade à Hydra. Curioso, não?


Particularmente eu não tenho problema com este tipo de mudanças, elas sendo bem construídas e embasadas. Quem acompanha a Marvel como eu, à mais de trinta e cinco anos, sabe que nada é definitivo e poucas coisas acabam ficando imutáveis. Já vimos coisas semelhantes (embora não tão emblemáticas) com muitos dos queridinhos da editora como Homem-Aranha, Wolverine, Homem de Ferro, Thor, Jean Grey e tantos outros.


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