sábado, 29 de maio de 2010

Dicas - usando feitos, extras e falhas de poder em Mutantes e Malfeitores

A SUTILEZA DOS FEITOS, EXTRAS
E FALHAS DE PODER
EM MUTANTES & MALFEITORES


Já ouvimos falar, por mais de uma vez, que o sistema do rpg Mutantes e Malfeitores é incrivelmente prático e abre a possibilidade dele ser um sistema genérico dos mais bem sucedidos.

A primeira vez que tive um nas mãos, e conversei com o pessoal da Jambô, ficava pensando – como um sistema que pretende ser tão amplo consegue variar graus dos poderes e diferentes efeitos sem um monte de tabelas?

A resposta à esta pergunta está no tripé ‘feito-extra-falha’ de poder. No último artigo em que abordei sobre o sistema eu disse que não podemos menospreza-los. Eles seriam os principais elementos da sutileza de cada poder. Em última análise servem como os subterfúgios que temos em mãos para dar o que poderíamos chamar de identidade para o poder de cada personagem. O mesmo poder, com mesma graduação, e até mesmo no mesmo personagem, pode tornar-se totalmente diferente e com efeitos muito diferentes apenas graças à este tripé. As alterações que eles podem dar são das mais sutis, embora significativos, até extremamente complexas.

Feitos de Poder
Um personagem pode ter um tipo de poder específico, raio, por exemplo. Mas ele pode usa-lo de muitas formas diferentes. Ou uma rajada que ninguém percebe; ou para ele disparar essa rajada ele está mais treinado e consegue realizar isso com mais facilidade; ou ainda ele pode escolher se seu raio afetará à todos ou apenas quem ele deseja. Cada um destes exemplos pode parecer um poder, mas são todos o mesmo poder e todos estão inseridos dentro do mesmo poder - raio.

Todas essas alterações, possibilitadas pelos feitos, são mais sutis, e alteram pouco a estrutura propriamente dita do poder. Se não fossem os feitos, tanto quanto os ‘extras’ e as ‘falhas’ de poder, teríamos de ter uma lista gigantesca de poderes para conseguir comportar a infinidade de possibilidades que a nossa criatividade é capaz de criar. Assim conseguimos deixar o poder exatamente com a aparência que desejamos.

Vamos a um exemplo prático. O poder ‘Raio’, simplesmente com alguma graduação, não quer dizer muito dentro do contexto do jogo. O personagem simplesmente o dispara e pronto. Mas podemos enriquece-lo com ‘Feitos’. Veja abaixo:

Raio 10
Feitos: Acurado 2, Inato e Seletivo.

Aquilo que era apenas um simples raio ganhou algumas peculiaridades. Com esses feitos o personagem pode, agora, ter mais facilidade em lançar seu raio. Com duas graduações do feito ‘Acurado’ ele recebe um bônus de +2 nas tentativas de ataque com o poder. Ao mesmo tempo ele pode escolher se o alvo será ou não atingido pelo raio através do feito ‘Seletivo’. Para complementar, com o feito ‘inato’, demonstramos que esse poder é algo que ele possui de nascença, sendo assim impossível de ser alterado ou nulificado.

Extras e Falhas
Os ‘Extras’ e as ‘Falhas’ atuam no poder de forma muito mais profunda. Não é por acaso que no livro Básico eles são chamados de ‘Modificadores de Poder’. Eles conseguem modificar o funcionamento de um poder alterando-o drasticamente seu funcionamento. Eles conseguem mudar o tempo de uso, o tipo de dano, a forma de salvamento, entre muitas outras coisas.

Lógico que alterações desta natureza têm seu preço – o custo. É muito mais caro aplicar um ‘extra’ ou uma ‘falha’ pelo tipo de benefício que ele trás. Ao mesmo tempo posso dizer que compensa cada ponto gasto. Outra conseqüência é que essas modificações atuam diretamente na aplicação do poder no jogo.

A diferença básica entre eles é clara. Enquanto os ‘Extras’ trazem benefícios absurdos, algumas vezes, as ‘Falhas’ trazem grandes limitações. Mas a arte de jogar entre eles é muito gratificante.

Vamos ao exemplo. Aquele mesmo raio mostrado acima:

Raio 10
Feitos: Acurado 2, Inato e Seletivo.
Extra: Área/Cone +1.
Falha: Cansativo.

Agora temos um poder extremamente específico e claro. Com o extra ‘Área’ temos que nosso raio em questão, quando disparado, assume a forma de um cone, tendo por vértice a origem do raio. Agora temos claramente uma noção do que nosso poder pode fazer. Quando o personagem que possuir esse poder for usa-lo, terá de ponderar muito bem como e quando usa-lo. Já a falha ‘Cansativo’ trás uma peculiar dificuldade para usarmos o poder. O uso do poder causa um efeito fatigante ao personagem.

Depois desta construção temos um poder muito particular e que pode ser facilmente reconhecido. É como uma marca registrada do personagem que estamos construindo. Lógico que os custos são bem diferentes entre aquele Raio, com apenas 10 graduações, deste cheio de peculiaridades. Mas ao mesmo tempo temos, agora, toda a condição de demonstrar exatamente o que podemos ou não realizar.

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