Perdidos, RPG inspirado
em Bloodborne, vem aí
Uma das pessoas que mais admiro
como produtor de RPG no Brasil é, sem sombra de dúvida, Marcelo Paschoalin.
Criativo e resignado, empenhado e engajado, ele é um exemplo de como o rpgista
deveria ser como pessoa e como criador de conteúdo. Se formos focar apenas em
seu viés como rpgista ele é um exemplo de como manter-se sempre em destaque,
sempre lançando algo novo, criativo e relevante. Autor de Atisi, zauBeR, Foices
& Feitiços, Saqueadores na Fronteira e mais, ele tem uma produção à toda
prova. Pois ele está vindo com mais uma novidade para nossas mesas ávidas por
novas aventuras – Perdidos.
“A
história deste lugar se perdeu.
O que havia antes? Ninguém se lembra.
Os que viviam aqui também se perderam. Com eles, também se foram os sonhos, a antiga glória, a memória disso tudo.
Apenas fragmentos restaram. Resquícios de memórias.
Como quase tudo se perdeu, o que restou foi a ruína. Os grandes castelos foram ao chão. As majestosas catedrais, tomadas pela decadência. Cidades inteiras, abandonadas.
Não há vida.
Até mesmo a Morte se perdeu. Arruinada, frágil, quase impotente. Incapaz de ceifar por completo os que restaram. Cabe a ela esperar que as memórias fugazes se percam outra vez.
Quando isso acontecer, quando até mesmo a esperança for deixada para trás, ela voltará para buscar aqueles que a ela pertencem. Afinal, esta uma verdade que a Morte sabe bem:
Você pode reencontrar o que perdeu, mas nunca o que abandonou.”
O que havia antes? Ninguém se lembra.
Os que viviam aqui também se perderam. Com eles, também se foram os sonhos, a antiga glória, a memória disso tudo.
Apenas fragmentos restaram. Resquícios de memórias.
Como quase tudo se perdeu, o que restou foi a ruína. Os grandes castelos foram ao chão. As majestosas catedrais, tomadas pela decadência. Cidades inteiras, abandonadas.
Não há vida.
Até mesmo a Morte se perdeu. Arruinada, frágil, quase impotente. Incapaz de ceifar por completo os que restaram. Cabe a ela esperar que as memórias fugazes se percam outra vez.
Quando isso acontecer, quando até mesmo a esperança for deixada para trás, ela voltará para buscar aqueles que a ela pertencem. Afinal, esta uma verdade que a Morte sabe bem:
Você pode reencontrar o que perdeu, mas nunca o que abandonou.”
Concebido dentro da mecânica
Powered by the Apocalypse (uma de minhas preferidas) Perdidos foi inspirado em
Bloodborne e Dark Soul e promete nos trazer todo aquele ambiente sombrio e devastador.
É um jogo no qual você encontrará uma visão geral de um mundo em ruínas,
fragmentado a ponto de nele restarem apenas memórias. Isso inclui as relíquias
de outrora, feras monstruosas, seres que esqueceram seu propósito, e caminhos
tortuosos a trilhar. Perdidos levará os personagens em uma busca de
autoconhecimento em um mundo de finais do século XIX em plena era vitoriana
No livro encontraremos:
- Uma
visão geral do mundo de Perdidos, com seus Primordiais, suas Facções
(Pactos), e o Altar dos Antigos;
- Regras
e movimentos básicos, seguindo a mecânica dos jogos Powered by the
Apocalypse;
-
Doze
(12) arquétipos/playbooks: o Acadêmico, o Aristocrata, o Artista, o
Caçador, o Detetive, o Escritor, o Fora-da-Lei, o Iniciado, o Médico, o
Militar, o Sacerdote, e o Sobrevivente;
-
Uma
mecânica única que trata de manter e perder seus resquícios de memória, o
que pode fazer com que você se perca para sempre;
-
Dicas
e movimentos para o Mestre de Jogo, incluindo também seus Objetivos,
Princípios, Frentes e Perigos;
-
Um
sistema de geração de toda a região de jogo, de maneira fácil e intuitiva,
seguindo os princípios do pointcrawl, apresentando os principais pontos de
interesse do mundo de jogo;
-
Equipamentos,
bestiário, e muito mais.
Outro ponto alto das obras de
Marcelo Paschoalin são as artes e artistas selecionados. Para Perdidos teremos
arte de Harikan Dias (RJ). Veja exemplos abaixo!
O financiamento que inicia dia 3 de junho permitirá que
com um apoio de R$ 50 reais você já recebe o exemplar impresso e em pdf de
Perdidos com suas 268 páginas, além de todas as metas alcançadas. A previsão de
entrega é para final de outubro próximo e será lançado pelo selo Letra Impressa.
Vamos terminar essa postagem
com algumas perguntas que fizemos para o próprio Marcelo Paschoalin sobre essa
nova produção!
Primeiramente...
Por que Bloodborne e dark Soul como inspiração?
Os jogos Soulsborne (Bloodborne
e Dark Souls) da From Software são de um tipo que praticamente redefiniu o
action RPG nos videogames, tanto por sua letalidade como por seu cenário e
história -- tanto é que existem canais no YouTube focados em elucidar e elaborar
as teorias por trás do jogo. -- Esse mistério é um tanto difícil de emular num
RPG de mesa, assim como a sensação de pequenez que temos diante da
grandiosidade da ambientação. Traduzir isso para um RPG de mesa, portanto,
tornou-se um desafio instigante que decidi abraçar.
Toda
essa dificuldade com relação à emulação do cenário baseado nesses jogos fez com
que a mecânica PbtA fosse a escolhida? Ou qual o motivo da escolha desse
sistema?
Não só isso, mas contribuiu em
grande parte. Jogos PbtA em geral conseguem emular efeitos e habilidades com
seus Movimentos que acabam sendo mais do que a simples soma de perícias ou
aprimoramentos, o que permite uma liberdade mecânica quase tão grande quanto a
liberdade narrativa. Esse não é um jogo que poderia ser emulado somente num RPG
focado em combate tático (por exemplo) sem que muito fosse sacrificado, e fazer
dele, portanto, um jogo PbtA abriu possibilidades que eu não encontraria em
outros sistemas.
O
foco no narrativo, ao invés da simples emulação física e da fria soma de dados,
tem sido uma tendência nos últimos tempos. Como RPGs com a temática de Perdidos
ganham usando esse sistema no sentido de experiência para o jogador?
Pense na mecânica dos
resquícios de memórias, por exemplo, um dos focos principais do Perdidos:
quando você morre, você perde um desses resquícios, aleatoriamente. Como isso
impacta a sua personagem? Como impacta a narrativa? Como perder uma lembrança
que o define muda sua vida? Hipoteticamente falando, o quanto mudaria a vida de
um pai ao esquecer que um dia teve uma filha? São respostas que emergem da
narrativa, não do simples rolar de dados.
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